Thursday, June 16, 2016

Há um exército medonho


Há um exército medonho

Há um exercito que é medonho, que é enorme, e é assustador. Marcha pesado com as botas contra o chão, como um trovão. Os soldados quase não têm face, parecem fantasmas sem expressão. Assustam porque parecem almas penadas, sem salvação. Causam pena com seus olhos perdidos, vazios, sem direção. São querreiros que vieram das duas grandes guerras, da guerra da Coréia, do Vietnã, do Iraque e do Afeganistão. Não têm mais nome, não têm mais perdão.
É o exército que sai de um túnel, marchando, é um exército de espíritos que perderam a paz.
Um exército horrendo, zumbi. É formado de soldados que não sabem que morreram, que insistem em viver para lutar e morrer de novo.
É o espelho da alma daqueles que ainda acreditam em guerras.
Como no filme de Kurosawa, o pelotão sai do túnel, marchando. Uniformes, sem sentido, as botas socam o chão. Não fazem sentido, os rostos não têm expressão.




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