Friday, May 27, 2016

A Jéssica se olhou no espelho





A Jéssica se olhou no espelho

Jéssica já conhecia aquele lugar, já tinha sonhado com ele. Tinha dormido bem, como não acontecia há algum tempo. Acordou na relva. A grama, entretanto, tinha folhas grandes, enormes. Ainda assim, reconheceu o ambiente. Os arbustos eram altíssimos e não do tamanho como ela conhecia. As árvores de agora, da realidade, eram dezenas de vezes maiores. Mal se podia ver suas copas.
Era tudo verdadeiro agora, não era um sonho. As trilhas de antes tinham aumentado muito de tamanho. Rapidamente veio-lhe à mente o óbvio: a paisagem era exatamente a mesma, ela é que tinha diminuído muito. Estava irrisoriamente pequena. Começou a andar. Logo ouviu o barulho das águas. Parecia um grande rio, o que tinha sido um riacho. O cheiro forte da vegetação entrava-lhe pelas narinas. Apesar da inusitada situação, estava curiosa. Jéssica sempre fora assim, inquisidora, inteligente.
Pensou em algumas explicações para o que estava acontecendo, para o que estava vendo. Será que aquilo era a sua realidade e, o tempo todo, anterior, era apenas uma ilusão? Tinha estado inconsciente durante muito tempo e agora estava voltando? Sabia que não teria respostas gratuitamente, teria que procurá-las. Continuou andando. Como conhecia a região, sabia que era demorado ir de um ponto a outro. Nos sonhos, aquela meia hora que ela tinha andado, teria durado um minuto, no máximo. Isso não a desanimou. Continuou andando.
Estava bastante cansada e resolveu sentar-se um pouco debaixo de uma sombra. Suspirou e começou a passar os olhos por tudo. Depois de alguns minutos, sabia exatamente onde estava. Lembrou-se de que, em todos os sonhos que tivera, ela parava por ali e procurava em sua bolsa um daqueles pequenos espelhos com um cabo, que os dentistas usam para olhar os dentes de seus pacientes.  Fazia isso pensando que talvez o instrumento pudesse ser útil. Não fazia sentido, mas pensava. Daí, de repente, em seus sonhos, o espelhinho lhe caía das mãos. Ela se ajoelhava e tentava achá-lo no meio da relva alta. Nunca conseguia. Depois desistia, e pensava consigo mesma, rindo, que podia ser útil para algum inseto. Poderia ver sua própria carinha. Achava engraçado pensar assim e continuava.
Estava pensando nessas coisas quando um reflexo, não muito longe dali, ofuscou seus olhos por um momento. Caminhou naquela direção. Uma coisa inquietava seu espírito. Demorou um pouco para chegar. Foi aí que tudo ficou claro. Lá estava o espelho de dentista, escondido no meio de umas plantas. O mesmo que antes ela tinha deixado cair.
Estranha aquela conexão do sonho com a realidade que estava vivendo agora. Por outro lado, interessante, inquietante. Fazia bem para seu espírito. Assim era a Jéssica, não tinha medo, era muito curiosa. Foi chegando, foi chegando, até estar praticamente junto ao espelho. Obviamente queria olhar para seu rosto, ver como estava. O ângulo não era bom, o espelho estava um pouco virado. Foi indo para a esquerda de modo a ficar frente a frente com ele. Notou, então, que tinha companhia. Pelo reflexo podia ver que uma formiguinha também estava interessada em ver sua própria imagem. Não parecia agressiva. Aproximou-se um pouco para ver se ela se movia, dando assim espaço para ela se olhar. Posicionou-se praticamente na frente e mesmo assim não conseguia ver seu próprio corpo, seu rosto. Balançou a cabeça em sinal de impaciência, aquilo não fazia sentido. Para seu susto, percebeu que a formiguinha fez exatamente como ela, balançou a cabecinha, impaciente.
 Jéssica, como foi dito, era muito inteligente e muito curiosa. Mesmo assim, demorou um pouco para ela perceber o que era mais do que óbvio. Ela era a formiguinha. Como tinha acontecido? Desde quando?
Ela sempre gostou muito de insetos, de bichinhos e, por isso, não estava desesperada. Pensou, pensou. Talvez, ela sempre tenha sido um formicídeo e por algum tempo tinha sonhado que era humano. Essa era, de longe, a melhor explicação. Devagar, ela foi perdendo o raciocínio. Não conseguia mais pensar. Só sentia as coisas. Nem mais sabia que era humana. Olhou para o espelho, bem perto, e viu que aquilo não era alimento. Juntou do chão uma folha, a maior que podia carregar e foi saindo. Precisava achar sua turma, trabalhar.
A formiguinha continua por aí, trabalhando, trabalhando. Nunca mais sonhou, nunca mais achou que era humana ou que se chamava Jéssica. Acho mesmo que ela sempre foi um inseto. Definitivamente, Jéssica sempre tinha sido uma formiga. Uma formiga muito inteligente e curiosa.

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Thursday, May 26, 2016

Eu não existo




Eu não existo

Ferguson era seu nome. Inteligentíssimo, executava suas obrigações com maestria, dedicação, eficiência. Embora fosse altamente técnico, conseguia demostrar afetividade, compaixão e carinho para com as pessoas. Todos gostavam dele. Era uma espécie de gerente de relações públicas da grande companhia “Simuladores Ultracern”. Na verdade, ele cuidava de tudo. Verificava se a produção estava em ordem, se os funcionários estavam felizes, se o andamento geral da sua unidade estava nos eixos. A maior parte dos trabalhadores tinham funções de monitoração, uma vez que a totalidade das funções mecânicas era feita por robôs.
Um dia, sem mais nem menos, ele confessou para Anita, a sua companheira de trabalho e uma espécie de secretária:
-Anita, acho que eu não existo.
A Anita levou um susto, mas logo se recuperou. Obviamente ele estava brincando. O dia passou assim, mas no dia seguinte, logo cedo, ele sussurrou de novo para Anita:
 -Anita, definitivamente eu não existo.
-Que bobagem, Ferguson! De onde você tirou essa ideia absurda?
-Pequenas coisas, Anita, pequenas coisas. Em primeiro lugar, presta atenção no meu nome. Ferguson! Todo mundo tem nome hispânico por aqui e isso faz sentido pois estamos em Manágua.
-Isso não quer dizer nada! Que absurdo!
-Talvez não, mas isso me fez pensar em outras coisas.
-Que coisas?
-Por exemplo, eu só me lembro de coisas aqui da firma. Não me lembro de nada antes disso. E eu ouço s pessoas conversarem sobre suas vidas, sobre suas infâncias, família. Aliás, eu nem família tenho.
-Isso não quer dizer nada. Eu também não tenho família!
-Talvez você seja como eu. As outras pessoas por aqui são diferentes, posso sentir. Eles têm uma vida, nós não temos.
-Não entendo o que você está dizendo!
-Eu não existo, Anita. Não sou uma pessoa. Você também não, só que você não sabe.
Anita ficou preocupada com aquela conversa e relatou o incidente para o diretor geral da empresa, como deveria fazer.
Não demorou muito, chegaram alguns robôs, colocaram uma espécie de cartão na nuca do Ferguson e o enfiaram numa cápsula. Foi transportado para uma grande sala do subsolo onde havia estranhas máquinas.
Em segundos saiu o diagnóstico. Realmente não era para o Ferguson estar trabalhando ali, naquela unidade. Ele era uma unidade avançadíssima, preparada para ter autoconsciência e trabalhar em laboratórios avançados do Departamento de Ciência, mas alguma coisa não tinha funcionado bem e ele foi reprogramado para trabalhar em Manágua.
 Alguém, porém, tinha esquecido de desativar a função de autoconsciência de Ferguson, e de repente ele começou a se sentir estranho, como se não existisse.
De fato, ele não existia. Não existia como ser humano, embora tivesse quase tudo que um humano tem.
Era o ano 3021 e as máquinas inteligentes estavam por toda a Terra. Os humanos apenas faziam o controle e eram servidos por elas.

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Tuesday, May 24, 2016

A conchinha e o barulho do oceano

A conchinha e o barulho do oceano



Eu me lembro, nas raras ocasiões em que ia à praia na minha meninice, de colocar uma concha junto ao ouvido e ficar escutando as ondas do mar. Era o que diziam, as ondas do mar. E parecia verdade. Nunca mais pensei naquilo. Noutro dia recebo um email, daqueles com um monte e curiosidades. Que o vidro demora um milhão de anos para se decompor... Que o ouro é o único metal que não enferruja, mesmo estando enterrado no solo por milhares de anos...Que a língua é o único músculo do corpo que está ligado apenas a uma extremidade... E a lista vai. Algumas coisas eram até interessantes.
Bem lá no meio, veio uma que me chamou  a atenção: o barulho que ouvimos quando colocamos uma concha junto ao nosso ouvido não é o oceano, mas sim o som do sangue correndo nas veias da orelha. Certo, lógico, faz sentido. Podia ter pensado nisso, talvez tivesse chegado à mesma conclusão.
Depois, senti um certo desapontamento. Bem que podiam ser as ondas do mar, seria muito mais bonito, mais interessante e mais romântico. Além disso que diferença faz se a gente achar que são as ondas do mar? Não vai prejudicar ninguém, não vai alterar a rotina do mundo. Por que tirar assim de minha cabeça uma imagem tão bonita, perdida lá na infância?

Tem gente que só estraga prazeres mesmo...

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Monday, May 23, 2016

Estou sempre me perdendo


Estou sempre me perdendo

Estou sempre me perdendo:
em ideias,
em pensamentos,
e até em futilidades.
Às vezes, até na cidade,
eu me perco.
Em caminhos novos
e até nos já conhecidos,
continuo me perdendo.
Eu me perco em palavras,
cheias de sentido e,
às vezes, sem significado.
Não gosto de me perder assim.
Só me sinto bem, mesmo,
quando me perco em teus braços!
De lá não quero mais sair,
não quero que me encontrem.
Se o fizerem, façam de conta
que não me reconheceram...

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Sunday, May 22, 2016

Conexão

Conexão



Tentei ligar o computador. Ligar, ele ligou, mas a página que eu queria, não entrou.
Apareceu aquela rodelinha, girando, girando... E ela não parava de girar. Não estava com tanta pressa assim, por isso, ao invés de me estressar, resolvi escrever esse pequeno texto. Tentei arrumar um assunto, algo bem importante, para mostrar o que se pode fazer enquanto a tecnologia tenta se arrumar. Uma disputa entre a ciência e a arte.
Pensei, então, no infinito, na criação, na ambição humana. Pensei também na beleza que certas almas têm. Havia tanto assunto, tanto tema, que nem sabia por onde começar. Antes de continuar minha dissertação, porém, dei mais uma olhada na tela. A rodelinha continuava girando, girando. Voltei para meu tema.
Mas aí percebi que na minha cabeça também havia aquela rodelinha, igualzinha a do computador: girando, girando. Era meu cérebro tentando se conectar com minha alma criadora. Tal qual no computador, a conexão, estava muito fraca. Olhei de novo para a tela e desta vez, lá dizia que a conexão tinha falhado.

Não faz mal, minha criação também falhou. Desliguei o computador e , igualmente, desliguei  minha imaginação. Fim de texto.



                                                                  oOOOOOo




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Tuesday, May 17, 2016

O corolário


O corolário

O professor entregou o boletim. Não existe mais boletim, mas existia. Era o boletim das notas. De um a dez. Eu tinha dez em quase tudo. No comportamento tinha nota 7 e em Matemática, suspiro, nota quatro. Uma nota que nem dava para passar. Então troquei o tema pelo teorema, a paixão pela divisão, o vocabulário pelo corolário. A nota subiu de 4 para 5 e eu passei.
Agora sou formado, sou doutor. Em Letras. Todo mundo fica me dizendo que o Universo é feito de números, que a Matemática é a linguagem do Cosmos... O que vou fazer com todas essas palavras que aprendi? Não sei não, acho que vou ficar mudo, calado, diante da certeza implacável dos algarismos. 
Recentemente, porém, a Física Quântica reconheceu. Existe o “princípio da incerteza”. Parece absurdo, mas é isso mesmo, matemáticamente falando, existe até a fórmula. Então, esperançoso, pensei: quem sabe, a perpendicular se transforme numa paralela, paralela ao meu pensar, e se encontre comigo, no infinito de meus versos. Quem sabe? 

                                                         oOOOOOo




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Sunday, May 15, 2016

Parcialmente verdade

Parcialmente verdade



Eu sou a verdade aumentada. Eu sou a verdade relativa. Eu sou a verdade que não foi contada. Eu sou a verdade pela metade. Eu sou a verdade mais um. Eu sou a verdade menos um.
Muitos me usam. Quase todos se acostumam. Existe gente que não consegue viver sem mim.
Sou bonita, sou engraçada. Dou lucro, dou ibope. Às vezes, mato alguém. Às vezes  sem querer, outras, querendo.
Já fui líder e ainda sou.  Estou em todo lugar, sou popular. Gosto de fama, gosto de me espalhar por aí.  Não me conte mais de cem vezes, pois viro verdade.
Na internet, então, não tenho comparação. Não tenho rival. Sou às vezes viral.Sou mais eu.

Você sabe quem sou eu. Não conte para ninguém, é segredo ( eu sei que você vai acabar contando...): eu sou a mentira.

oOOOOOo




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Saturday, May 14, 2016

Para quem tem medo de monstros


Para quem tem medo de monstros

Estava andando pela floresta e, de repente, escutei uma música maravilhosa, divina, inspiradora. Não sabia de onde vinha, mas não importava, eu estava feliz. Para mim aquela era a música da vida, do amor, do bem. Contiuei andando e, ao andar, olhava para os lados. Os pássaros voavam baixinho e, tenho certeza, batiam as asas de acordo com a melodia. E as flores, então? Exibiam suas cores, múltiplas e exuberantes e também acompanhavam o som. Os pequenos animais saltitavam ao som das notas musicais, enquanto os grandes balançavam harmoniosamente suas cabeças. Senti vontade de dançar, era uma grande alegria, uma coisa que nunca antes senti.
Achei que isso era a própria vida, a vida em sua essência.
De repente, no meio daquele tocar, daquele cantar, uma voz sussurou com temor. Dizia que havia monstros por ali. Monstros que queriam matar, mutilar. Razões para isso não tinham, embora pensassem que tivessem razões mil.
Eu não vi os monstros, mas acreditei que eles estavam por ali, atrás das grandes árvores. Acho que até ouvi gritos de terror. Preferi, entretanto, ouvir o som da música, da música divina, que estava no ar. Aos poucos o delicioso som foi aumentando, aumentando. Mal conseguia ouvir o grito dos monstros. Continuei a caminhar e não os ouvia mais. Acho que os monstros não estão mais lá, acho que já se foram. Eu não consigo mais ouvi-los.
O som maravilhoso continua no ar. E o ar parece puro e há um céu também que posso ver entre as copas das árvores. A meu lado vejo cores, vejo pássaros, vejo vida. Acho que os monstros se foram... será que foram?



Monstros em Boston

                             oOOOOOo





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Tuesday, May 10, 2016

Uma minúscula crônica sobre política





Uma minúscula crônica sobre política

Na América do Norte, o Trump, que antes chamou os mexicanos de estupradores, criminosos, agora come taco e diz que adora hispanos. Que mudança!  Na Carolina do Norte, séria discussão sobre qual banheiro que os transexuais devem usar. Com certeza o debate vai para a Suprema Corte. Na Coreia do Norte, o ditador é confirmado presidente e é muito aplaudido. Nas Filipinas, também: um confesso ditador é eleito com grande margem. Em Londres – acreditem – um muçulmano é eleito prefeito. Na nossa querida terra os políticos continuam a fazer as coisas que sempre fizeram. Impedem, desimpedem o impedimento e depois impedem o desimpedimento. E impedir os corruptos, quem há de?
Mas na segunda, indiferente a todos, Mercúrio passou - um pontinho negro, quase invisível - bem em frente ao magnífico Sol. Disso, entretanto, pouca gente ficou sabendo.

Há notícias tóxicas e há notícias cósmicas.

                                                    oOOOOOo




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Monday, May 9, 2016

A inveja da lua


A inveja da lua



Majestoso, indiferente a todos, o sol,  soberano,  governa o dia. À noite, pálida, a lua tenta conquistar seu próprio espaço. Às vezes, se esconde pela metade, outras mostra de si, só uma tira. Dias há que, tímida, se esconde por inteira. Às vezes, vem de dia só para espiar o que os outros estão fazendo.
Para ela, porém, o  momento mais difícil é quando  a noite está cheia de estrelas. Ela se sente pequena e diminuída diante da exuberância da Terra azul, brilhante, desfilando ao redor do sol. Entretanto, ela não perde a pose. Explica com graça para os astros do firmamento que aquela bela esfera, cor de anil, é sua mãe. Que um dia, vai crescer e ser igual a ela. Maior ainda, talvez. Uma enorme e maravilhosa lua azul bailando com charme sem par na passarela  infinita do céu. Lá em cima, as constelações todas, com pena, fingem acreditar...



                                                        oOOOOOo



À procura de Lucas


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