O trem da vida

 

O trem da vida

 

O meu trem já está chegando,

eu na estação a esperar...

Não sei se eu vou, ou se fico...

Não sei se fico ou se vou...

Mas o trem ligeiro já parte,

não espera por meu pensar.

Lá se vai, apita, apita,

com desprezo pelo meu ato,

pelo meu triste hesitar.

Com esperança bastante,

novo trem vou esperar...

Quem sabe, para meu destino,

ele, enfim, vá me levar!

E lá vem outro, pujante,

sobre os trilhos a rodar.

Porém, ele vem muito rápido,

com seu apito muito louco,

e não vai querer, não, parar...

E lá, me deixa, como um tolo

na estação, mudo, sozinho,

sem ninguém para falar!

Finalmente, agora sim,

outro vem bem mais devagar,

e com certeza vai parar!

Ele para sim, ai que bom,

agora enfim, vou poder,

minha viagem começar!

Mas o maquinista, bem sério,

passa por mim, e com firmeza,

me diz:  pode ir para casa,

esse trem não vai seguir, não...

Agora, estou desolado,

aqui, só, nesta estação,

cujo nome é Indecisão,

a esperar o próximo trem,

que não chega não, não chega

não chega não, não chega não...

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