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Saturday, December 17, 2016

A Internet das coisas


A Internet das coisas

Os computadores falam,
os celulares conversam,
os softwares pensam,
roubam, ágeis, os hackers,
vence a tecnologia,
ninguém precisa mais de nós.
Os carros andam sozinhos,
os robôs fazem de tudo.
Tudo está automatizado,
nós viramos autômatos.
E nós, onde estamos nós?
Do lado de fora das máquinas,
tentando amá-las, servis...
Nós não podemos mais,
elas é que são, que podem.
Nós não somos mais nós,
não somos mais nada.
Não é mais a Internet da gente,
é a Internet das coisas.

==(((()))===


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Wednesday, April 3, 2013

Lola, a nova vizinha


Lola, a nova vizinha


Ela chegou assim, sem mais nem menos, e se mudou para a casa mais bonita da rua. Mais bonita e mais cara. Pagou à vista. Simpática, cumprimentava a todos, homens, mulheres e crianças. As crianças achavam graça, quase todo homem respondia, mulher, quase nenhuma.
Seu nome era Lola. Todo dia alguns homens vinham até sua casa, ficavam um pouco e saíam.  Às vezes, algumas mulheres.
O que era curiosidade no início, virou depois um furor. A fofoca era generalizada. Logo a seguir, alguém organizou um abaixo-assinado para expulsar a nova vizinha. Onde se viu? Atentado ao pudor, falta de decoro, embora não parlamentar, e muito mais. Principalmente, ali não era zona de meretrício, não senhor. Gente fina, pudorada, com princípios. Os mais curiosos, entretanto, acharam melhor ir para a internet e descobrir algo mais. E descobriram. Lola era uma famosa triz pornô. Ganhava uma nota preta. Parece até que tinha seu jato particular. Aquelas pessoas que a visitavam, não eram clientes não. Homens de negócios, pessoal do ramo, produtores, empresários.
O abaixo-assinado desapareceu, todo mundo começou a cumprimentar a nova moradora. Respeitá-la, principalmente. Queriam mais contato, mas ela era muito ocupada. Agora todos sabiam que ela era não só atriz, era também empresária. Grana viva, pesada.
Havia justificativa para a mudança de opinião do povo. Afinal, o que ela fazia era pura pornografia, negócio legítimo como qualquer outro.  Empresária, gente de bem. Agora, francamente, acho que “pura” é um pouco de exagero...