Liberdade
Na
época da ditadura, não era moleza. Todo cuidado era pouco. Vestir vermelho, nem
pensar. Com certeza, alguém iria achar que você era um comuna. Perigoso,
criminoso, pronto para matar. Possuir um
adesivo com foice e martelo, um crime sem igual. Era a confissão inconteste,
registrada e assinada de um comunista. Ler e admirar escritores russos, como
Dostoievski e Tolstoi, uma tremenda traição literária. Uma idolatria, deserção
da pátria amada. Ouvir uma sinfonia de Tchaikovsky era o mesmo que cometer um
adultério contra o Brasil. Falar sobre isso, era um crime de igual teor. As
paredes tinham ouvidos, havia dedo-duros e por pouca coisa, muito pouca coisa
mesmo, você poderia ser preso. Tudo que bastava, era uma simples suspeita no
ar.
Parece
exagero, mas não é. Muitos foram presos por menos do que isso. Até um poema
suspeito podia ser motivo de cadeia. Agora, tanto tempo passado, é difícil
acreditar que houve um tempo assim, mas houve. Se lá - nos países comunistas - não havia liberdade, aqui também não havia.
Aproveitemos
a liberdade em todas suas formas. Nunca se sabe. Um dia, ela poderá se esvair.
Só então, vamos ver como ela era preciosa. Uma joia rara, que poucos reconhecem.
Só vão fazê-lo, quando ela se for.
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À procura de Lucas (Flávio Cruz)
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