Tuesday, July 15, 2014

Saudades dos trens



Saudades dos trens

É impossível não sentir algo grandioso e gostoso ao se olhar para uma estrada de ferro. Quantas vezes não olhei para os trilhos se perdendo na distância e deixei minha imaginação voar? E dentro do trem, então? Ficar olhando aquela máquina  comer a distância... A paisagem de perto sumindo como um raio, e a de longe, parada, servindo como referência. Poder andar pelo vagão, esticar as pernas, conversar.
O que aconteceu, entretanto? Conforme o progresso foi chegando, a maior parte dos administradores  foi  se livrando delas. Tornaram-se inviáveis. Nós sempre demos um jeito em tanta coisa que não tinha jeito, por que não nesse caso? Deveríamos ter deixado os trilhos e as estações onde estavam. Que o progresso se forme em volta delas. Que ele se adapte aos trilhos, a seu estilo e à sua forma de ser. Não fizeram isso em outras partes  do mundo? E no passado, não foi assim que se criaram as cidades? Os grupos populacionais não se formaram ao longo delas?

Talvez eu seja um péssimo administrador e tudo isso não tivesse sido possível. Mas não é proibido do sonhar...

<><><><><><><><><><><><><> 

Novo lançamento no Clube dos Autores: Essa vida da 
gente

No comments:

Post a Comment