Wednesday, December 14, 2011

O Cachorro do Sr. Pikett

Mr. Pikett feliz com a "perfomance" de seus cães
O Cachorro do Sr. Pikett

O Sr. Pikett tem alguns cachorros, mas não são animais comuns não, são muito especiais. Depois de cheirar as roupas ou pertences da vítima de um crime, eles são capazes de identificar a pessoa que tem o mesmo cheiro, dentre algumas apresentadas a eles. Com certeza você já viu em algum fime aquela fila  de ilustres desconhecidos e um suspeito no meio deles na delegacia de polícia. Normalmente a vítima, se for uma alma viva, aponta ou reconhece o autor do crime. Se foi um assassinato, outra pessoa, uma testemunha, pode fazê-lo, pois o defunto, por motivos óbvios, não vai poder. É a mesma coisa ou quase. Ao invés de olhar, cheira-se, ao invés de ser uma vítima ou uma testemunha, é um cão. Muitas pessoas dizem que isto não é confiável, que pode levar a erros. Outros, principalmente os donos dos cães, acham que o método é infalível. Um deles é  o Sr. Pikett. No mundo forense quase todos os profissionais honestos acham que essas pessoas são charlatães. Uma mulher (Sandra Anderson) até foi presa porque “plantava” restos dos defuntos na cena do crime para “facilitar” o trabalho canino. O Sr. Picket é bastante conhecido no Texas, pois, sendo também policial, colabora com outros colegas de outros condados nesta “luta contra o crime”. Ele vai para todo lado, com seus cães, identificando criminosos. Obviamente ele tem suas compensações.  O problema é que o Sr. Pikett obteve um estranho “record”. Até o momento ele e seu exército canino identificaram pelo menos 15 “criminosos” que foram inocentados após prova indiscutível de que não haviam cometido o crime. Houve casos em que o verdadeiro assassino confessou mais tarde, outros casos em que provas de DNA apontaram para outro suspeito, enfim pelo menos 15 erros crassos. Deve chegar a 20 em breve, com as investgações em andamento O pior é que houve casos em que outras evidências inocentavam o suspeito e a única evidência que incriminava o infeliz era o tal do cheiro. Aparentemente, aquela história, que para se condenar alguém precisamos estar certos “além de qualquer dúvida razoável”,  funciona ao contrário em alguns lugares ( lembra, “beyond a reasonable doubt”? ). Os acusados, que agora se transformaram em vítimas,  estão processando o Sr. Pikett mas até então nada aconteceu com ele. Também não tem  como um cão “cheirar” o dito cujo (Mr. Pikett) e apontá-lo como culpado. O que leva uma pessoa a cometer um abuso, uma monstruosidade dessas? Com certeza todos esses acusados eram pessoas que não podiam pagar um bom advogado.  Será que a motivação é dinheiro? Será? Colocar pessoas inocentes na cadeia por recompensa financeira? Recuso-me a acreditar. Claro, o leitor pode tirar suas próprias conclusões...Aliás, o título desta crônica, “O Cachorro do Sr. Pickett” tem duplo sentido. Fique à vontade, escolha o que achar melhor.

New York Times: Uma história que não "cheira bem"

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