Virando
a página
Não
resisti. Não tinha nenhum livro para comprar, mas não aguento ver uma livraria
dessas bonitas, modernas, e passar direto. É quase um vício. Não que não goste
de sebos. Adoro esses também. Só passo direto se estiver atrasado para alguma
coisa. Entrei na Fnac e já senti aquele cheiro gostoso de papel impresso. Ou
pelo menos acho que senti. Logo perto da entrada, uma grande tela de TV. A
Ivete Sangalo cantava uma música do Chico. No palco estavam também o Gil e o
Caetano. Que turma! Uma senhora, provavelmente da minha idade, olhava, parada e
em pé, como num transe hipnótico, para o aparelho. Não era para menos, um lindo
show! Fiquei também um pouco me deliciando com o som, mas depois saí andando
pelos dois andares. Dei uma folheada em alguns livros, cheguei a ler páginas
inteiras de outros, vi novidades.
Perdi
noção do tempo, mas ele não se perdeu e assim passou muito rápido. Acordei de
meu pequeno devaneio e me dirigi para a saída. E não é que a minha desconhecida
amiga continuava lá, sem sequer piscar? Eu até entendo, se pudesse, também
ficaria. Fui embora pensando nela. Ela não queria virar aquela página da nossa
história musical. Era uma prisioneira. Pensei comigo mesmo: eu virei a página e
continuo pela vida tentando conhecer coisas novas.
Depois
de andar uns blocos, entretanto, confessei para mim mesmo. Eu virei a página,
mas a toda hora vou lá e dou mais uma olhadinha. Quem resiste?
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