Friday, July 31, 2015

Paralelos corações



Paralelos corações

Alternativos
Associados
Conectados
Colaterais
Correspondentes
Concomitantes
Correlacionados
Coordenados
Coexistentes
Comungados
Paralelos,
Pertinentes
Simétricos
Sintonizados
Semelhantes
Simultâneos
Sincrônicos:
Tudo isso é o que nós dois somos,
é assim que são nossos corações.
E muito mais!
Será que isso é o amor?


ooooooOOO0OOOooooo

O texto acima não faz parte do livro abaixo

Essa vida da gente

Para adquirir este livro no Brasil 

--------------------
Para adquirir este livro nos Estados
 Unidos 



Thursday, July 30, 2015

O dia do José da Silva

O dia do José da Silva

O dia não poderia ter sido pior. Más notícias pelo mundo inteiro. Um ataque terrorista, um vazamento sério numa usina nuclear e as bolsas de valores do mundo inteiro caindo, caindo. A Coreia do Norte finalmente levou a cabo as suas antigas ameaças, e declarou guerra à Coreia do Sul. Um louco, mais uma vez, saiu atirando na multidão e matou mais de 80 pessoas nos Estados Unidos.
Certamente, no dia seguinte, as consequências do que acontecera iriam refletir, com toda sua força, por toda a parte. Nos países desenvolvidos, nos que estão se desenvolvendo e certamente naqueles que nunca vão se desenvolver. A economia iria sofrer mais, outras consequências iriam afetar muita gente. Aquele tinha sido o pior dia das últimas décadas.
O José da Silva não sabia de nada disso. Tinha passado o dia todo ocupado em remexer as latas de lixo da cidade, procurando alguma coisa útil para sua sobrevivência. Daí que viera seu apelido: Zé da Lixeira.
Lá estava ele na Paulista, vindo da Consolação, em direção ao seu “ponto”, onde iria descansar. De repente, um carro parou, saiu uma moça e caminhou em sua direção. Abriu a bolsa, e lhe entregou umas notas e um saco de papel com dois enormes sanduíches. Despediu-se, pegou o carro e partiu. O Zé da Lixeira não acreditava no que estava vendo. Além dos enormes “sandubas”, estava com quinhentos reais nas suas mãos.
Desde que ele se lembrava como gente, aquele tinha sido, de longe, o melhor dia de sua vida...
No dia seguinte, indiferente a tudo, o mundo continuou em sua rotação normal em volta do sol, e este, com toda sua turma de planetas, continuou a girar em torno da galáxia. O Zé da Lixeira, entretanto, foi uma exceção. Não fez jus a seu nome e tirou um belo dia de folga.
Pelo menos naquele dia, nada de lixo em sua vida.




ooooooOOO0OOOooooo

O texto acima não faz parte do livro abaixo

Essa vida da gente

Para adquirir este livro no Brasil 

--------------------
Para adquirir este livro nos Estados
 Unidos 




Monday, July 27, 2015

O boné do Zico



O boné do Zico

O Zico não era estudado, mas sabia quando via uma coisa de valor. Por isso ficou feliz quando viu aquele boné vermelho, com um desenho geométrico na frente. Baixou-se, pegou-o, e olhou por dentro. Agora tinha certeza: aquilo era importado. Umas palavras estranhas, provavelmente Inglês. Como alguém foi perder aquilo? Não importava, agora era seu. Chegou em casa, tomou um banho e saiu para um passeio pelo centro da vila. Com o boné, é claro.
Pedalou pela rua que conduzia até o centro da vila. Estacionou num poste da rua principal e começou a andar. No fundo mesmo, estava querendo exibir sua nova “aquisição”. Não era todo dia que alguém da vila tinha alguma coisa de outro país para mostrar.  Não demorou muito para alguém gritar um insulto: “idiota”. A decepção e o susto do Zico foram enormes. Como pode haver gente tão invejosa? Por causa de um boné? Antes de chegar à loja de conveniências, ainda ouviu mais um: “Palhaço”.
Pelo menos dentro daquela loja ele estaria protegido. As pessoas por ali o conheciam e certamente fariam um comentário agradável, despido desse horrível sentimento de inveja. Mesmo sendo pobre, ele não conseguia entender como as pessoas podiam ficar tão agressivas só por causa de um quepe, por mais bonito que fosse. Para sua surpresa, a primeira coisa que ele viu foi uma tremenda cara feia de um funcionário que, antes, sempre o cumprimentava. Enquanto, confuso, juntava as mercadorias que queria comprar, podia ouvir sussurros que, por algum motivo, ele sabia eram destinados a ele. Sentiu uma urgência de sair dali. Colocou as coisas sobre o balcão. Ilídio, o caixa, nem olhou para a cara dele. Cobrou, pôs as coisas num saco de papel e jogou-o com raiva de volta contra o balcão.  Zico saiu apressadamente do lugar, tirou o boné e foi para casa. Entrou e jogou o motivo da raiva sobre uma cômoda. Pegou uma cerveja e foi espairecer numa cadeira da varanda. Queria pensar em outra coisa.

Na sala, sobre o móvel, estava aquele lindo boné vermelho. Na frente, um bordado bem feito, com linha preta, de uma suástica. Coitado do Zico, não tinha a menor ideia do que significava aquilo.



ooooooOOO0OOOooooo

O texto acima não faz parte do livro abaixo

Essa vida da gente

Para adquirir este livro no Brasil 

--------------------
Para adquirir este livro nos Estados
 Unidos 

Sunday, July 26, 2015

O mundo tem tantas cores, minha amada



O mundo tem tantas cores, minha amada

O mundo tem tantas cores,
tem também tantas dores,
que nem sei mais onde olhar.
O mundo tem tantos males,
tantos revoltos mares,
que nem sei onde me ocultar.
Tantos segredos tem o mundo,
tanto lixo, tão imundo,
que nem sei como limpar.
Tanto erro por todo lado,
tanto e tão triste fado,
que quero daqui me ocultar.
Tanta coisa ruim acontece,
tanta coisa que entristece,
que quero daqui escapar.
Por outro lado, amada,
esse mundo tem você
e você é uma luz singular.
Por isso, apesar de tudo,
quero, neste falho lugar,
com você, para  sempre ficar.


ooooooOOO0OOOooooo

O texto acima não faz parte do livro abaixo

Essa vida da gente

Para adquirir este livro no Brasil 

--------------------
Para adquirir este livro nos Estados
 Unidos 

Saturday, July 25, 2015

Marietta, que baderna é essa?



Marietta, que baderna é essa?

É interessante saber a história das palavras. No caso de nosso querido Português, na maioria das vezes, basta voltar ao Latim, cerca de 2000 anos atrás. Algumas mudaram bastante como “cheio” que veio de “plenus”, ou como “olho” que veio de “oculum”.  Assim como as roupas, palavras que são muito usadas mudam mais. Você deve estar pensando em “oculista” que, se não considerarmos o sufixo, mudou pouco. Provavelmente quando apareceram esses profissionais, mais tarde, a palavra original foi ressuscitada para designar a profissão e ficamos com as duas formas, uma mais usada, outra menos, mas para diferentes significados. Palavras latinas como “mulier” e “maritus” mudaram pouco. Tão pouco que nem preciso explicar sua forma atual. É por isso que a grande maioria das palavras se parece bastante em várias línguas da mesma origem, como Italiano, Francês, Espanhol, Português e outras, todas vindas do Latim. Poderíamos dizer que elas têm o mesmo DNA.
Em outros casos, o vocábulo não veio do latim, pelo menos não diretamente. Às vezes, existe toda uma história atrás deles, registrada por estudiosos do assunto. É o caso da palavra “baderna”. Para entendermos melhor esse caso, temos de voltar para 1849, quando uma bailarina chamada Marieta veio da Itália, onde sua profissão estava praticamente proibida por causa da ocupação pela Áustria. Aparentemente ela era muito espevitada, além de dançar muito bem, e logo ficou famosa no Rio, onde se apresentava no teatro São Pedro de Alcântara. Ela se integrou rapidamente na comunidade, além de se interessar pelos ritmos afro-brasileiros e sair às ruas para ver o requebrar das mulatas, conforme explica Katia Calsavara em seu blog. E seus fãs faziam um alvoroço, confusão e gritaria, uma verdadeira baderna, por causa dela. Na verdade, não era tanto assim, era mais uma manifestação histérica de pessoas que a admiravam. Mais tarde é que a palavra “baderna” ficou com esse significado mais forte de bagunça e confusão.
Tudo bem, só que isso tudo não explica a origem da palavra. Não até você ver o nome inteiro da bailarina: Marietta Baderna. O sobrenome dela explica tudo. Como disse, toda palavra tem uma história e a da “baderna” até que é interessante...


ooooooOOO0OOOooooo

O texto acima não faz parte do livro abaixo

Essa vida da gente

Para adquirir este livro no Brasil 

--------------------
Para adquirir este livro nos Estados
 Unidos 

Friday, July 24, 2015

Saudades de um tempo que se foi


Saudades de um tempo que se foi

Sinto muito, amigos dos anos 60, mas o Elvis morreu e não volta mais. Os Beatles se separaram e nunca mais se juntaram outra vez. É inútil discutir o porquê. Ninguém mais faz chorinho, embora agora haja muito mais coisas pelas quais se chorar. O homem já desistiu de ir outra vez para a Lua, embora ela, quase toda noite esteja lá a nos convidar. Diz que vai para Marte, mas até agora é só mais um sonho que temos para sonhar. Não se fazem mais revoluções com mortes heroicas, causas nobres para se lutar. Agora se cortam cabeças e transmitem a cena pela TV, num show macabro, por uma causa que ninguém consegue decifrar.
Amigos queridos, tudo mudou. Eu sei que, por outro lado, existem maravilhas que antes nem podíamos cogitar. Descobertas maravilhosas que nos fazem meditar. Portais abertos para um futuro, difícil de se imaginar. Não sei por quê, entretanto, nos dá uma saudade danada daquele tempo cheio de coisas que não acontecem mais. Talvez seja apenas uma saudade boba, de quem não tem o que pensar...


ooooooOOO0OOOooooo

O texto acima não faz parte do livro abaixo

Essa vida da gente

Para adquirir este livro no Brasil 

--------------------
Para adquirir este livro nos Estados
 Unidos 

Thursday, July 23, 2015

Um suco estranho



Um suco estranho

Uma saudade no peito,
uma esperança incerta,
um amor sem jeito,
uma ferida aberta,
um procurar insano,
um resultado frustrante,
um defeito humano,
uma dúvida constante,
uma certeza burra,
um desejo infantil,
uma voz que sussurra,
uma felicidade pueril,
um desejo erótico,
um orgulho idiota,
um pensar caótico,
uma alma devota?
Tudo isso junto,
no liquidificador,
com muito amor,
com muita dor:
este suco estranho,
é o que somos nós?


ooooooOOO0OOOooooo

O texto acima não faz parte do livro abaixo

Essa vida da gente

Para adquirir este livro no Brasil 

--------------------
Para adquirir este livro nos Estados
 Unidos 

Wednesday, July 22, 2015

Uma borboleta amarela



Uma borboleta amarela

O peso dos anos tornou-se evidente na hora de pressionar os pedais da bicicleta. Ainda assim eu continuava me esforçando, pois a palavra do médico tinha sido clara: exercício! Tentava me distrair com a bonita paisagem. Árvores, pássaros, tartarugas, e até um pequeno riacho que acompanhava a pista. De repente, uma companhia inesperada. Com um amarelo vibrante, moldurado por uma borda de um gracioso marrom escuro, lá estava ela: uma maravilhosa borboleta. Bem a meu lado, como se estivesse me acompanhando. Pensei que fosse logo embora, mas que nada, continuou por pelo menos uns quinhentos metros. Senti-me importante com tão singular presença. Finalmente ela ficou para trás.
Passaram-se alguns segundos e ela se jogou novamente a minha frente, vindo de cima. Parecia até que estava fazendo graça. Balançava seu gentil corpinho para lá e para cá. Subia um pouco e depois descia. A essa altura comecei a fazer conjeturas. Estaria ela aproveitando o ar que meu movimento fazia para a frente? Afinal de contas, com suas frágeis asas, aquilo teria feito uma diferença. Curiosidade? Seria essa talvez uma característica dos lepidópteros? Duvido. Talvez tenha se interessado pelo cheiro de um corpo humano. Pouco provável também, o ar estaria levando o odor para trás e não o contrário.

Finalmente me ocorreu uma ideia. Por mais absurda que fosse, me pareceu a mais lógica. Ela estaria apaixonada, não por mim, mas pela minha bicicleta. Talvez ela tivesse visto nela uma linda, enorme, borboleta cibernética. Apaixonou-se perdidamente por aquela forma, graciosa, azul, formosa como ela. Por que não? É verdade, um amor fugaz. Fugaz para ela, fugaz para mim. Fugaz como a própria vida. Porém, como falou o poeta uma vez, um amor infinito pelo menos enquanto duraram aqueles coloridos segundos.



ooooooOOO0OOOooooo

O texto acima não faz parte do livro abaixo

Essa vida da gente

Para adquirir este livro no Brasil 

--------------------
Para adquirir este livro nos Estados
 Unidos 

Tuesday, July 21, 2015

Coisas que um poeta coleciona


Coisas que um poeta coleciona

Coleciono muitos pores do sol,
lindos sorrisos de gente feliz.
Na máquina, guardo os primeiros,
mas é na alma que guardo os últimos.
Coleciono também alvoradas,
alvoradas de todo matiz,
e frases lindas que ouço por aí.
Todas elas, guardo dentro de mim.
Sou também uma espécie de gari,
que, com força, limpa a alma inteira
de todo evento e ideia ruim.
Jogo logo fora toda cara feia,
que alguém possa fazer para mim.
Varro da rua do meu coração
toda e qualquer palavra maliciosa,
e não ganho por isso um só tostão,
só mesmo uma grande satisfação.
E nas horas em que estou de folga,
invento muitas histórias estranhas,
coisas que jamais aconteceram.
As de verdade não quis contar
pois isso o jornal faz muito melhor.
E, finalmente, quando estou só,
e não tenho nada para criar,
me ponho, alegre e feliz, a cantar,
como um vagabundo, um ninguém,
que não tem nada no que pensar.



ooooooOOO0OOOooooo

O texto acima não faz parte do livro abaixo

Essa vida da gente

Para adquirir este livro no Brasil 

--------------------
Para adquirir este livro nos Estados
 Unidos 

Monday, July 20, 2015

A Fábula do Rato

http://www.freakingnews.com 

A Fábula do Rato

O Grande Reino dos Animais sempre teve reis importantes e imponentes. O primeiro e mais majestoso foi o Leão. Grande monarca. Mais recentemente outros vieram: o Leopardo, o Lince, um Gato, e até uma Anta. Por razões não bem explicadas, pássaros como o Condor, a Águia e a Coruja, nunca se interessaram pelo poder. Talvez porque de qualquer forma já estivessem por cima, ou talvez porque fossem sábios ou ainda porque para eles fosse mais importante voar. Não se sabe. O tempo foi passando e chegou a vez do Rato. Assim foi que ele tomou posse e começou a governar. Supostamente outro animal deveria substituí-lo quando morresse. Desafiando a lógica, sua majestade, o Rato, ficou no poder por muitos anos e que equivaleriam a cinco de suas vidas e nada de ele sair. Isto obviamente não fazia sentido, mesmo porque, quem supostamente tinha sete vidas, era o Gato.  E todos sabiam que a sua majestade, o Gato, na sua época, foi devidamente substituído após sua primeira vida. Havia algo de errado no Reino. Muitos animais nem percebiam o que estava acontecendo. Outros porém, mais espertos ou inteligentes, começaram a desconfiar.  A desconfiança virou certeza: obviamente um rato substituía o outro, defunto, sem que ninguém notasse. Tudo era feito secretamente nas dependências – talvez no porão – do castelo, que, por sinal, agora estava mais suntuoso do que nunca. Ao contrário do senso comum, os roedores tinham um bom gosto enorme e viviam como gente fina. A safadeza era fácil de se notar pois os ratos eram muito semelhantes entre si e ninguém percebia a diferença, a não ser os assessores mais imediatos. Mas com eles não havia problema, pois a manobra também lhes servia, pois se perpetuavam nos seus cargos também. Era, poderíamos dizer, uma safadeza real. Real de rei, embora fosse real “de verdade” também, se é que você me entende. A coruja, o cachorro e o papagaio, além de outros, por serem mais espertos que a maioria e mais sábios também, sabiam de tudo, mas no princípio se calaram. Claro, temiam pela própria vida.  Afinal para quem faz uma ratada dessas, livrar-se de alguns súditos mais ousados seria café pequeno. Chega uma hora, porém, que ninguém aguenta. Resolveram então não mais ratificar a ratada feita pelos ditos cujos e, ao contrário, retificar a rota do Reino. Começaram então a espalhar a verdadeira história da falsa longevidade do grande roedor. Foram rápidos e astutos e conseguiram difundir a revolução. A revolta foi geral. Folhetos, panfletos e manifestações se espalharam por toda a parte. Depois de algum tempo, a rebelião era total.
O Rato Primeiro, que primeiro não era não, mas sim o quinto, logo tentou dissipar a revolução. Ele que não era burro – sem querer ofender o coitado do animal, que, por sinal, nunca chegou a ser rei – mas, obviamente era ratão, sabia que violência não adiantaria. Os elefantes, por exemplo, estavam cientes da situação. E, como se sabe, eles não esquecem não. Além disso, já pensou levar um pisão de um deles? A realeza seria esmagada com certeza. Declarou então a sua majestade que queria, ele também, a verdade. Por isso instituiu uma comissão para apurar os fatos: “Comissão Democrática do Reino Animal”. Essa era composta democraticamente, como o nome sugeria. Ratazanas havia, claro, mas outros bichos também lá estavam.
Chegou o dia do grande julgamento. Lá estavam os membros da comissão, a família real, o público em geral, especialistas em direito animal, especialistas em direito selvagem, além de outros interessados. O Rato Primeiro, que além de ser rei, era réu, nesse caso funcionava também como o Grande Juiz. Era esquisito mas pelo menos estava havendo algum julgamento e talvez, quem sabe, a justiça fosse feita. Não era o tribunal mais justo do mundo, mas como se diz “Quem não tem cão, caça com gato”, que no nosso caso, seria “caça com rato”.
Todos falaram, reclamaram, apresentaram provas, documentos, testemunhas. Não havia nada de positivo que se pudesse falar do Grande Rato. A fraude era óbvia. Ficou muito claro que ele era um charlatão além de ratão, como o próprio nome indicava.  Foram horas e horas de denúncias contra as ratadas do rei. No final, a comissão pediu a deposição do tirano. O monarca então se levantou para dar a sentença que deveria ser cumprida por ele mesmo. Os pobres animais ainda não tinham, como os humanos, experiência nesse tipo de assunto. Estavam cheios de esperança. Achavam que a majestade do rei não lhe permitiria fazer um mau julgamento que o protegesse, diante de tantas evidências apresentadas. Ele, entretanto, olhou com grande arrogância e cinismo para todos e anunciou:
-Decido. Petição negada, requerimento indeferido. Tenho dito. Fica também decidido que a partir desta data o rei passa a se chamar o ”Grande Rei das Bestas”.
Fazia sentido. Assim terminou a grande parada democrática do agora chamado “Reino das Bestas”, antes cognominado o Grande Reino Animal. Afinal de contas, rei é rei, mesmo sendo um rato ratão.

E assim, ao contrário do conto de fadas, todos viveram infelizes e reprimidos para sempre.

oooooOOO0OOOooooo

ooooooOOO0OOOooooo

O texto acima não faz parte do livro abaixo

Essa vida da gente

Para adquirir este livro no Brasil 

--------------------
Para adquirir este livro nos Estados
 Unidos