Monday, September 19, 2011

Bom Amigo















Bom Amigo

Ele era bonachão, bem humorado e gostava de viver. Sempre querendo participar, ser alegre e dar alegria. Tinha seus quilos, era um pouco pesado, forte seria melhor dizer. Na verdade nunca o conheci pessoalmente. Apenas por fotografia. Só sei que ele era uma festa na casa de meu filho, no Brasil. Mau humor, nunca. Mas, às vezes a vida é cruel e ele começou a adoecer. O pobrezinho estava com um tumor e não era nada bom. Quando fiquei sabendo , um peso enorme se instalou no meu peito. Tínhamos esperança de que a notícia má iria embora e que as coisas mudariam. Mas ele foi ficando pior e pior. Foi levado ao hospital. Mesmo abalado, ele ainda mantinha aquela cara de bonachão. Uma mão se aproxima com a seringa. Ele então começa a lamber a mão. Sim, era a mão do veterinário que iria sacrificá-lo. Não sabemos se era para avisar que entendia  que o que estávamos fazendo era para seu bem. Não sabemos se queria agradecer que estávamos terminando com seu sofrimento. Mas ele estava em paz. Esse era o nosso Big. Big Coração. Nunca conheci o Big pessoalmente, como disse, mas este danado me dá vontade de chorar...Na última hora, lambendo a mão do veterinário...Ele queria, mais uma vez, agradar.


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Monday, September 12, 2011

James Bain, 35 anos de solidão...

Aos 19 anos quando foi "fichado"...
James Bain, 35 anos de solidão

Pode ser que você nunca ouviu falar de James Bain. Realmente ele não é muito conhecido. Deve ter agora 56 anos e vive em Lake Wales, Flórida. Em 1974, aos 19 anos de idade, James foi acusado de estuprar um menino. Segundo o garoto, o criminoso era um afro-americano e tinha costeletas. Cidade pequena, o xerife conhecia um James de costeletas. Preso, sem dinheiro para um bom advogado, cidade pequena e provavelmente ( não posso garantir, apenas um “feeling”) um grupo de jurados preconceituosos, tudo junto, condenaram o jovem a um tempo interminável de prisão. Naquela época não havia teste de DNA, obviamente, e o testemunho do garoto confirmando que era ele,  mais  o parecer de “experts” incompetentes, inclusive um funcionário do FBI, destruíram a vida daquela pessoa, cheia de sonhos. Ele nunca tinha tido passagem pela polícia, estudava, estava no segundo grau. Todos queriam um culpado, é claro. Alguém tinha de pagar pelo crime hediondo, e rápido. Fico imaginando um rapaz de 19 anos, indo para a cadeia, todo mundo achando (inclusive amigos) que ele era um estuprador. É difícil avaliar o medo, a vergonha, o pavor que ele sentiu. Talvez tivesse tido um pouco de esperança de que descobrissem o verdadeiro culpado, de que a justiça fosse feita. Passou trinta e cinco anos na cadeia, contando cada segundo, pensando sei lá o quê. Claro, sua mãe sempre acreditou nele e esperava vê-lo livre um dia. Mas nunca teve uma chance, nada de condicional, nada de perdão. Por quatro vezes tentou-se a libertação de James através dos testes de laboratório, mas sempre lhe negaram a chance. Finalmente  quando o “The Innocence Project” assumiu o caso, ficou provado que ele era completamente inocente, com um teste feito em Connecticut.
Uma pequena festa quando ele saiu da prisão. Muito pequena perto dos intermináveis 35 anos. Na saída, em frente ao prédio, na presença de câmeras de televisão, uma repórter lhe estende um celular, para que pudesse falar com sua mãe , na cidade de Tampa. Olha para o aparelho, sem entender muito, mas leva-o ao ouvido, porém do lado contrário. Alguns risos, brincadeiras. Mas aquele celular é o símbolo de tudo que ele perdeu nesses anos todos. Perdeu tudo, e ainda assim, em algumas entrevistas posteriores, disse que entende porque isto aconteceu. As pessoas estavam revoltadas, diz ele, entendo porque queriam condenar alguém. Não, não tem raiva de ninguém, o que passou, passou.
Não posso deixar de comparar este caso com o de O.J. Simpson aqui e com outros de impunidade em nosso próprio país.
Se houvesse prêmio Nobel de “paciência”, de “resignação”, ou qualquer coisa assim, ele com certeza, teria direito. Mas espera aí ...James Bain, rapaz de cor, de costeletas, em Lake Wales? O que você esperava?
Ele tem uma alma boa e não consegue desabafar, mas no seu lugar eu digo que um “tribunalzinho”, mais um advogado de defesa de terceira classe, mais uns jurados (o adjetivo deixo para você, leitor) e um juiz incompetente fizeram um crime muito maior do que o que estavam julgando.
Desculpe-nos, James Bain! Pelo menos mais algumas pessoas ficarão sabendo do seu caso.

P.S. Há diversos casos de pessoas que foram liberadas nos Estados Unidos através de testes de DNA depois de muitos anos de prisão. James Bain, no entanto, foi quem ficou mais tempo encarcerado. Casos mais graves que o de James Bain, certamente existem, mas provavelmente nunca vamos ficar sabendo: são os casos de prisioneiros condenados à pena de morte e que foram executados (nunca vamos ficar sabendo quem ou quantos...)
James, agora...

Leia sobre o assunto: Estadão

Leia sobre o             Projeto Inocência









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Thursday, September 8, 2011

O Chorão








O Chorão

Jose Hernandez era um chorão. Não quero faltar com o respeito nem quero ser arrogante ou coisa assim, mas ele era um chorão praticamente profissional. Como dizia o personagem Odorico Paraguaçu ( bons tempos...), da novela da Globo, ele era um chorão “militante e juramentado”. Ele chorava na ida e na volta, quando eu o levava de sua casa para o médico nessa minha profissão de  “motorista de INPS”( na verdade, Workers' Compensation é o termo correto para isso nos EUA). Cubano, cerca  de 32 anos de idade, tinha um problema sério na mão. Havia se machucado no trabalho e não havia médico que a conseguisse 
curar. Várias cirurgias e cada uma delas, ao invés de acertar,  deformava ainda mais a mão do cidadão. Ele usava umas coisas esquisitas na mesma, tipo “esticadores” ou “retentores”, talvez. Fazia mais de três anos e nada. Aparentemente nem sua esposa aguentava mais seu choro e estava para abandoná-lo. E ele chorava por isso também, ou seja, ela ia embora por causa do choro e ele chorava porque ela ia embora. Pelo menos esse era um dos motivos. Estes é que não faltavam. Chorava por causa da dor, chorava porque nunca mais poderia usar sua mão direita novamente, chorava porque parecia um aleijado, chorava, chorava, chorava...É isso mesmo, chorava dentro do carro na frente da gente, com lágrimas e tudo. Ele havia me contado que depois de dois  anos de muita dor, os médicos não acreditavam mais na sua dor e  pensaram que ele tinha um problema era na cabeça. Lá foi ele para o psiquiatra como muitos outros. Como não poderia deixar de ser, todo bom psiquiatra receita aqueles remédios violentos para botar a sua cabeça no lugar. Ela não volta para o lugar e você fica dependente daquelas mesmas drogas. Era o que estava acontecendo com o José e este era mais um motivo para chorar. Precisava das drogas e se desesperava com o trânsito quando a gente demorava para chegar até o consultório. Pensava comigo, que triste...Além de tudo era uma inconveniência ter um paciente chorando o tempo todo no banco ao lado. Mas eu não conseguia ficar com raiva do José. Ao contrário, tinha muita pena dele. Creio que chorava por ele mesmo e por todos os Josés, mesmo aqueles que não queriam ou não precisavam e por todos os Hernandez, também...Chora, José, chora...Algum dia, alguém de peso, ainda vai ouvir o seu lamento...

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Thursday, September 1, 2011

Obama e a Certidão de Nascimento: A Teoria do Absurdo

Obama e a Certidão de Nascimento: A Teoria do Absurdo










Se você leu “Alice no País das Maravilhas” não iria estranhar a recente celeuma sobre a certidão de nascimento do Presidente Obama.  Apesar de esclarecido desde  o início, sem muito alarde, pelo absurdo que representava em si mesmo, a história continuou por um bom tempo. A certa altura, o próprio presidente vem a público, esclarece, justificando que não o fizera antes porque um presidente tinha “mais o que fazer” do que perder tempo com uma coisa destas.
Então fiquei pensando...Já pensou se fosse verdade? Se ele não nasceu nos EUA e virou presidente...Deve ter falsificado (seu pai ou sua mãe) os documentos. Por que se tivesse ido pelo caminho do “green card’ não poderia se candidatar também. Ou será que ele se matriculou na escola sem documentos, foi para Harvard ainda sem documentos? Será que chegou na Universidade Harvard, adentrou a secretaria e anunciou: “Sou americano, quero estudar aqui, não quero mostrar documentos.” Alguém respondeu: ”Claro, sr. Obama, pode entrar, ocupe um assento, nada de documentos pois este é um país livre, democrático. Por favor, no entanto, prencha este formulário. O formulário é imprescindível.” Anos mais tarde se forma dvogado e faz o exame da ordem (de Illinois, penso eu)  exibindo, orgulhoso, um diploma que foi obtido através de uma mentira, pois ele nunca provou ter nascido na terra. Já pensou? Não passa de um ilegal, que agora entra na política. Tem título de eleitor, se candidata, vira senador, tudo sem documento. Fulano esperto... e inteligente (inteligente eu sei que ele é...)
Agora vem a parte que eu mais admiro. Campanhas políticas são muito parecidas no mundo todo.  Lava-se toda roupa suja, arruma-se roupa suja emprestada, e suja-se roupa que está limpa, tudo para vencer. Ainda assim, ninguém percebeu que ele era um “ilegal” vindo de outro país, e ainda mais, de outro continente... durante toda a campanha? Ele é mesmo muito esperto. Seus inimigos políticos só descobriram que ele era um “falso americano” bem depois que ele tomou posse.
Vamos agora sair de Washington DC e vamos para Hollywood fazer um filme. Desde o começo já “dava um filme”, mas agora podemos fazer uma superprodução. Descoberta a fraude, a CIA, o FBI, o Serviço de Inteligência, perplexos, discutem, como é que ele conseguiu passar por tudo isto, escola, segundo grau, faculdade (e que faculdade!), candidatar-se a senador, vencer, candidatar-se a presidente, vencer. Tudo isto, “ilegal”, sem documentos ou com documentos falsos. Algo está errado no sistema ou ele é extremamente inteligente, bem acima do normal. Como  o  sistema não falha,  então estamos diante de um fenômeno. Que fazemos com ele? Deportamos?  Contratamos para que, com sua inteligência, ajude o serviço de inteligência a desvendar todos os problemas da nação e se proteger contra os inimigos? Ou, deixamos onde está, pois, além de ninguém ver que falhamos, ainda vamos, por cima, ter um presidente inteligentíssimo, pronto para resolver os problemas do país e do mundo... A última opção, aparentemente, foi a escolhida. Se eu acredito que ele não nasceu nos EUA...? É verdade, ia me esquecendo,  adoro a obra “Alice no País das Maravilhas”. 


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À procura de Lucas  (Flávio Cruz)
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