Friday, March 31, 2017

Deus quântico



Deus quântico

Anjos, estranhos anjos,
chegam, magos, insólitos,
em tão estranhas cápsulas.
Arautos de um novo deus,
que sempre existiu,
mas também se escondeu.
Invisíveis, abstratos,
cantam surdos cânticos,
se articulam em partículas,
invisíveis, quânticas,
incertas, minúsculas.
Incautos, impossíveis,
narram o improvável,
em contos inverossímeis?
Será o novo Criador,
criador dos criadores,
a soma mais que infinita,
a síntese perfeita,
dos deuses anteriores?

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Thursday, March 30, 2017

O Noel Rosa, as Mamonas Assassinas e outras coisas bem mais doidas



O Noel Rosa, as Mamonas Assassinas e outras coisas bem mais doidas

Alguns cientistas, desses bem loucos e originais, acham que tudo que existe é virtual. Nós, nossas vidas, nosso mundo, o nosso Universo, enfim, tudo, é nada mais do que um grande “software” programado por um grande ser. Um programa de computador fantástico, exuberante. Colocaram em nós, pequenas peças do conjunto, uma importante informação que se chama “livre arbítrio”, que nos dá a falsa e enganosa impressão de que estamos decidindo nossas vidas, nosso destino. Tudo falso. É tudo programado. Pelo menos de acordo com eles.
Meu amigo Nino Belvicino, para variar, resolveu meter sua colher no meio. Não sei como ele chegou a essa conclusão, mas, segundo ele, um dos programadores estava meio distraído e, na hora de fazer os “inputs” do software, distraiu-se um pouco. Colocou um pequeno detalhe, que era do outro Universo, no nosso. Isto tudo que estamos vendo era para ser diferente. Não na essência, mas nos detalhes. Por exemplo, o nosso querido Noel Rosa, na programação inicial, teria nascido muitos anos depois e ainda estaria vivo. Mais ainda, não teria aquele problema no queixo. Mais ainda, faria parte do conjunto “Mamonas Assassinas”. Não é mesmo uma loucura? Aliás o conjunto, ainda na programação original, não teria falecido naquele acidente perto do aeroporto de Guarulhos. Estariam todos vivíssimos, tocando, cantando. Estariam arrependidos daquela música que fizeram sobre os portugueses, no entanto. Mais ainda, estariam agora - faz um ano – fazendo só música “gospel”. Os Beatles não existiriam. O Ringo teria imigrado para os Estados Unidos e faria parte do staff de um McDonald’s em New Jersey. Coitado, vendendo batatas fritas, com gordura e tudo mais. O George Harrison e o Paul estariam trabalhando numa mina de diamantes na África do Sul. Na parte administrativa, é claro. O John estaria morando em New York, trabalhando na Wall Street. Nos finais de semana, fazendo parte de uma pequena banda que tocava em casas noturnas. O Ringo só brincava de cantor entre amigos.
O nosso presidente seria presidente sim, mas de uma ONG cuja função era conservar a mata Atlântica. Uma nobre missão. Os papas, então? Seriam outros. No momento, o Vaticano estaria sendo presidido por um brasileiro. Nesta nossa versão, este pontífice é apenas um pároco no interior se São Paulo. Para você ver como são as coisas! O Paraguai não existiria na versão correta do software. Suas terras estariam divididas entre os países vizinhos. A Argentina, ao contrário do que você possa desejar, seria muito maior e abrangeria uma boa parte do nosso querido Rio Grande do Sul. Pelo menos não teria Maradona. Não que ele não existisse. Ele seria apenas um “boleiro” do River Plate. Mas não adianta ficar falando essas coisas, o erro está feito e vamos ter de aceitá-lo. Nem sei se essa versão é pior que a outra. E foi um erro mínimo, dá para acreditar? O Nino explica isso também. É o efeito dominó. Por isso, tome muito cuidado. Qualquer errinho pode ser catastrófico. É aquele montão de peças desmoronando, uma derrubando a outra. Você não quer isso na sua vida, quer?

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Wednesday, March 29, 2017

Coitada da Juliet


Coitada da Juliet

Coitada da Juliet. Estava tranquila, passeando num estacionamento em Atlanta, na Georgia, quando seu companheiro foi atropelado. Foi fatal. O pobre marido morreu na hora. Isto, por si mesmo, já é muito triste. O problema é que ela não conseguia se recuperar da tragédia. O fato se deu no começo do ano, em um estacionamento de shopping, onde moravam. Ficou quase três meses ali mesmo, na esperança de algum milagre. Talvez voltar no tempo?
Funcionários das lojas do shopping traziam comida para a pobre viúva. Finalmente, o gerente do local pediu que todos parassem de alimentá-la, na esperança de que ela seguisse seu caminho. Que nada. 
Os filhotes do casamento - seu ninho tinha sido lá - acabaram indo embora, mas a inconsolável gansa precisou ser retirada do local. Ficaram com medo de que o pobre animal morresse de tristeza. Arrumaram um novo companheiro para ela. Será que vai dar certo?
Fiquei comovido, principalmente com o fato de que há animais que têm mais sentimentos do que muitos seres humanos. Mas isso, a gente já sabia...


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Tuesday, March 28, 2017

O Papa quântico


O Papa quântico

Não sei não, mas o Papa Francisco vai acabar criando uma confusão com o pessoal mais reacionário da Igreja. Ele acabou de afirmar que “... o Big Bang e a teoria da evolução não só existem, como são essenciais para entender Deus.” Nossa, por essa eu não esperava.
Sempre achei, no entanto, que as teorias reacionárias sobre a origem do mundo, ao invés de engrandecerem Deus, acabavam por torná-lo menor, restrito a umas características humanas ou, no máximo, um grande mágico cósmico. Muito pouco para o absoluto e maior e Ser do Universo. Deste e de todos os outros possíveis. Deus não é o trovão, ou o raio, como talvez alguns indígenas pensavam. Ou, mesmo modernamente, um Ser que supostamente fica dando lições de moral e que muita gente tenta interpretar e divulgar. Muito menos tem tempo para fazer aparições para alguns maníacos que pensam que são privilegiados ou grandes profetas. Acho que Ele tem coisa mais importante para fazer. O que Ele nos deu de mais precioso certamente foi a inteligência. Não podemos desprezá-la ao tentar entendê-Lo ou concebê-Lo. Se é que isso é possível. Aliás, toda vez que tentamos definir o que é Deus, nós estamos colocando limites. Nós não sabemos quase nada, ninguém sabe quase nada. Existe muita gente que acha que a maior parte dos cientistas é ateu. Não é nada disso. Eles apenas acham que tudo que falam sobre o Criador é muito pouco, pelo pouco que já se pode vislumbrar desde já, do futuro da Ciência. Se for preciso aceitar um Deus, aquele que conseguir se entender através da Ciência vai ser infinitamente mais bonito e mais completo.
Esta nova abordagem do Papa é muito sadia, e muito inteligente. Gostei dele. Para mim, ele é um Papa “quântico”. E eu que nunca pensei que fosse conhecer um...




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Saturday, March 25, 2017

Uma fábula científica



Uma fábula científica

A muitos milhares de anos de agora, finalmente, o homem terá construído uma máquina perfeita. Ela vai ser a soma de toda a sabedoria e inteligência humana. Vai ser a soma de todas as máquinas inteligentes que já existiram.
Milhões de vezes multiplicada.
Finalmente, então, o grande cientista vai poder sentar-se frente a ela e fazer a grande pergunta. Aquela que todos fazem e para a qual nunca houve resposta satisfatória. Existe Deus? Qual é o significado da vida?
Ela, soberana e poderosa, vai ficar parada por alguns instantes, como se estivesse pensando. O grande cientista, também por alguns segundos, vai ficar decepcionado. Ela precisa pensar?
Então, calmamente, ela vai responder:
-Não, não estava pensando. Estava saboreando o momento.
Ele, aflito, então, insistirá:
-Existe um Deus? Qual é o significado da vida?
É exatamente sobre isto que estava refletindo. Eu sei a resposta, mas...
-Mas o quê?
-Não posso falar. Primeiro, porque você não vai entender. Segundo, porque, se entendesse, faria mau uso dela.
E vai se calar, dentro de sua quase infinita inteligência. E quase infinita sabedoria, também...



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Thursday, March 23, 2017

Uma máquina de escrever



Uma máquina de escrever

Outro dia vi, num depósito, uma velha máquina de escrever. Uma Remington. Ainda tinha uma folha branca de papel enrolada em seu cilindro. A folha branca não era mais branca, era amarelada. Foi o tempo, o tempo cruel. Esse mesmo tempo que impiedosamente acabou com sua utilidade, que a aposentou. Estava coberta de pó, coitada. Aposto que fazia anos que ninguém batia em suas teclas. Os dedos agora estão ocupados com outras máquinas. Poderosas, velozes, inteligentes. Adivinham o que você vai escrever, sabem o que você está pensando. São arrogantes. Imaginem só, corrigem você, querem dizer o que você quer escrever. Se você não tomar cuidado, roubam o seu pensamento e o colocam no ar. Sem saber, você se torna vítima de curiosos e inescrupulosos.
Eu tive uma vez uma máquina de escrever, moderna para a época. Era fraquinha, no entanto. Às vezes eu precisava consertar suas teclas. Era uma delicadeza, mas conseguia escrever tudo o que eu queria. Tinha até tinta vermelha, que era para realçar os meus pensamentos. Seu nome era Manuela. Coitadinha, era fraquinha a minha Manuela. Ela desapareceu, nem me lembro como. Nem de longe se parecia com a Remington do depósito.
Cheguei mais perto e examinei o papel que, teimoso, permanecera ali anos a fio. Para minha surpresa, havia algo escrito. Cheguei bem  perto e li: “Querida Consuelo”. Mais nada. Fiquei imaginando o coitado do remetente com aquela dúvida cruel. O que falar, a seguir? Dizer que a amava? Talvez fosse apenas uma parente, talvez fosse apenas uma conhecida. Acho que não. Por que teria escrito “Querida”, então? Será que alguém o chamou e ele teve de sair? Por que não continuou depois? Nunca vamos saber. Uma carta inacabada. Pior, mal começada. A Consuelo também nunca ficou sabendo que alguém a chamou de “querida”. Talvez ela estivesse precisando. Sabe, mesmo quando é mentira, é bom alguém chamar você de ”querida”. Talvez a carta fosse uma grande revelação, uma coisa que iria mudar a vida da Consuelo. Que diabos, por que ele não terminou a carta? Nunca vamos saber.
Cheguei mais perto e me deu uma tristeza. Uma sensação de coisa mal resolvida. De repente, não me contive e comecei a teclar:
“Tenho muitas saudades de você. Por que você não volta? Do grande amor de sua vida.
Um desconhecido.”
Eu sei que foi uma mensagem idiota, mas ninguém vai ler mesmo.
Dei uma última olhada para a Remington, me lembrei da Manuela, fechei a porta e nunca mais a vi. Me arrependi, ao invés de “um desconhecido”, deveria ter escrito “Manuel”. 
Quem sabe, uma outra vez...




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Tuesday, March 21, 2017

Sutil e perigoso acerto de contas: uma história que só pode ser lida por maiores de não sei quantos anos


Sutil e perigoso acerto de contas: uma história que só pode ser lida por maiores de não sei quantos anos

Ele fez as contas e só aí se deu conta de que a amante tinha contas demais. Ficou por conta e deduziu que seria difícil pagá-las. Tirou um extrato da conta e levou para ela ver. “Olha aí  as contas, sem conta, que você fez!” Ela fez de conta que aquelas contas, embora fossem por demais da conta, não eram contas das quais ela poderia tomar conta. “Tenho minhas próprias contas para pagar”, disse  ela com um muxoxo, que o deixou por conta. E ele perguntou se ela não podia balançar melhor as contas antes de gastar. “Claro”, ela disse. Ela, porém, precisava de sapatos novos, e perguntou se, por enquanto, podiam fazer uma conta de chegar. Ele ficou furioso e foi se deitar.
Mais, tarde, com calma, ela foi chegando. Bem baixinho, contou para ele um conto, daqueles que não dá para se contar. Só sei que ele parou, por algum tempo, de fazer contas. Por conta de outros contos que ela iria contar, fez um balanço das contas todas e ficou assim. Arredondou as contas e pediu para o contador acertar, pois é isso que ele faz. Afinal de contas, existe gente que não dispensa uma mulher que, embora não saiba fazer contas, dá conta de recados tais, dos quais nem posso falar.

Deixa esse recado chegar até a mulher do fulano. Aí, sim, ele vai ter muita história para contar... Quanto a esse acerto de contas, nem quero pensar!

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Saturday, March 18, 2017

As crianças e a poesia


As crianças e a poesia

As palavras, às vezes, não vêm. Quando vêm, chegam soltas, fora da frase, indefinidas. Quando conseguem se juntar na sentença, juntam-se sem sentido, sem sintaxe. O que faz o poeta? Desespera-se ante a tirania da linguagem?
Olha quase em desespero para os lados, para as pessoas, procurando onde se inspirar. Talvez num gesto suave, num sorriso casual, em algum ponto indefinido, esteja a inspiração...
De repente, vê uma criança. Uma menininha que brinca, que ri. Ela nem sabe falar e já “diz” tanta coisa...Por que será? Como será?
O poeta pensa um pouco e descobre a solução do enigma. A menina não precisa de palavras, nem de nexo, nem de sintaxe, nem de metáforas. Ela já é a poesia. A poesia pura, perfeita. Ela é a própria essência da vida, ela é a poesia em si mesma!


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Wednesday, March 15, 2017

O homem sábio que voltou da idade Média



O homem sábio que voltou da idade Média

Astaradontis era um sábio da Idade Média. Além disso, ele era uma pessoa especialmente boa e sensível. Amava os seres humanos, cultuava a amizade entre os povos. Estava desanimado com as guerras, com esses líderes que querem tudo conquistar. Estava pedindo para ser “levado” embora, pois seu coração não aguentava tanta brutalidade entre os seres. Por ser uma pessoa especial, o Criador o atendeu, levando-o para a morada celestial. Quando morreu, entrtanto, recebeu uma promessa do Senhor. Poderia revisitar a Terra no começo do Terceiro Milênio.
E assim aconteceu. Foi há alguns dias atrás, num local que não pode ser revelado. Mostraram para ele as maravilhas da Ciência, a Internet, a viagem à Lua. Ficou encantado. E repetia: “Eu sabia, eu sabia...”  Deduziu que, obviamente, com todos esses conhecimentos, o homem não fazia mais guerras. Foi aí que começaram a contar. Primeiro falaram da Palestina, depois da Ucrânia. Em ordem regressiva, foram relatando tudo. Estavam na guerra do Iraque, quase entrando na do Afeganistão. Foi aí que ele deu um berro medonho que ecoou por toda a Terra. Talvez você não tenha ouvido porque estava ocupado ou com fones de ouvidos, mas que ele berrou alto, ele berrou. Falou,não se sabe por quê, em Inglês: “Stop!”. Acho que foi para todo mundo entender. Foi embora, de volta, não sem antes afirmar que só voltaria daqui a mil anos. Isso, claro, se o mundo ainda existisse com tantos confrontos.
Imaginem só. 
E nem chegaram a mencionar a Segunda Guerra Mundial, a Primeira, e outras tantas...
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Tuesday, March 14, 2017

Expressões que expressam muito...


Expressões que expressam muito...


A gente gosta mesmo de usar expressões ao invés de dizer a coisa diretamente. Talvez porque assim “tenha mais graça”. E aí foi, escapou a primeira, “ter graça”. E não é a mesma graça de “ela é uma graça” e muito menos de “comida de graça”, o que não acontece “nem que a vaca tussa”... Por que dizemos, por outro lado, quando alguém “se deu mal” – mais uma – que o fulano “dançou”? O que “dançar” tem a ver com isso? E, vejam bem, não pode ser “bailar”, a não ser que, como a Rita Lee, você queira  “bailar no esconderijo”, mas o significado dessa é melhor você perguntar para ela mesmo... Se, ao invés da bela arte da dança, você quiser usar a arte da guerra, você pode usar uma mais antiga que é “o tiro saiu pela culatra”. Nesse caso, até dá para entender, porque culatra é a parte de trás da arma e a bala atingiria você mesmo. Por falar nisso, por que usar a mesma palavra - bala - para uma coisa tão doce e um projétil que pode matar? Já, quando falamos “manda bala”, fica fácil entender, alguém está querendo que você faça as coisas na mesma velocidade do projétil.
Fico preocupado quando a gente usa a expressão “acabar em pizza”, afinal de contas, é uma coisa triste, quer dizer que as pessoas não aplicaram as regras do jeito que deveriam. Deveríamos chorar e não ficar comendo. É claro, estou sendo inocente aqui, quem está a comendo a pizza são eles, e não nós. Existem expressões que são parentes, acho até que são irmãs. Por exemplo a tal da expressão “acabar em pizza” deve ser no mínimo prima daquela outra “grana por fora” ou, ainda, “quebrar o galho”. Quando essas coisas acontecem, geralmente a grana é do povo, embora seja “uma grana preta” – pois é sempre muita – e o galho que quebra é sempre o nosso e não deles. Estou falando que a “a grana foi preta” sem saber, pois, nós, o povo, nem vimos a “cor da grana”. No máximo, “comemos grama”.  Além do mais, não estamos sempre “no buraco”? Claro, foi lá onde caímos quando o “galho quebrou”. Isso é só para gente importante, porque para pobres mortais como nós , só existe o “dá um jeitinho”, mas do jeito que está, para nós nem esse “jeitinho” existe mais...

Para terminar, não “em pizza”, é claro, estou preocupado com o fato de que para pessoas sem recursos, além de nada “acabar em pizza”, eles quase sempre veem a “pizza acabar” antes de chegar. Na verdade, eles nem pediram a dita cuja pois o dinheiro nunca é suficiente para tal no final de semana. No máximo, as coisas acabam em “feijão com arroz”, uma coisa comum, que também é uma expressão, mas não para os sem recurso, pois, no caso destes, “feijão com arroz” não é uma expressão, é arroz com feijão, mesmo, e olhá lá...


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