Na pequena cidade da Flórida, como em todo lugar, as pessoas, negras e brancas, bebem nos bares. Jantam nos restaurantes os jantares que se jantam no sul dos Estados Unidos. Esse sul, cheio de ódio pelas pessoas que trabalharam para eles: os antigos escravos. Agora podem eles andar na mesma calçada.
Mas antes não era assim. Havia a calçada dos brancos e a calçada dos negros. Nos restaurantes e nos bares só os brancos entravam. Agora tudo mudou, é a lei, mas por muito tempo foi assim.
Mas os dois cemitérios ainda estão lá. O cemitério dos brancos, o cemitério dos negros. Nos dois, porém, os ossos, já sem carne e já sem pele, branca ou negra, agora são iguais. São ossos brancos. Despidos, nus. Eles nunca se misturaram e nem vão se misturar. São segredos enterrados. Quase não se fala mais neles. As lembranças, porém, não morreram e são muitas e são tristes. E o tamanho das tumbas não é suficiente para elas...
À procura de Lucas
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À procura de Lucas
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