Não se
fazem mais velhinhos e velhinhas como antigamente
Quando
eu era um garoto, ou um “piá”, como dizia naqueles tempos o meu tio Giuliano, uma
pessoa ter 40 anos era estar perto do fim. Talvez esteja exagerando, mas que
significava que a pessoa tinha dado o primeiro passo na fase da velhice, isto,
definitivamente, podemos afirmar. Cinquenta anos era oficialmente ser velho,
com direito a carteirinha e tudo mais. Fazer sessenta anos era um privilégio
para poucos e essas pessoas eram consideradas uma exceção. Chegar aos setenta
era um acidente do destino. Alguém ter oitenta era certamente uma lenda ou uma
mentira. Nem vou falar de números mais altos.
Tudo
mudou.
Agora
muitas pessoas só casam depois dos quarenta. Os que casam. Há também o oposto:
os que se casam o tempo todo; uma, duas, três vezes... Com cinquenta, as
pessoas começam a ficar maduras em termos de relacionamento. Claro, aqueles que
têm vocação para relacionamento sério. Sessenta anos é uma idade de um pouco de
insegurança. Homens e mulheres ficam com ciúmes e fazem briguinhas de amor. Iguais
àquelas que faziam os namoradinhos de outrora. Com setenta, os casados começam
a pensar em um relacionamento mais definitivo, para, talvez, com 80 se
assentarem. Não sei onde vamos parar. A “idade do lobo” que era aos quarenta
anos, eu nem sei mais se ainda existe. Ninguém mais falou dela.
Sei
que estou me excedendo na minha análise, mas há muita coisa de verdade nisso
tudo que escrevi. O fato é que, certamente, não se fazem mais velhinhos e velhinhas
como antigamente.
oooooOOOooooo
Estranhas Histórias
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