Contas, contos e cantos
Fazemos de conta que tudo vai passar. Às vezes passa, às vezes não. Quando não passa, fazemos as contas de quanto custa fazer de conta que nada aconteceu. Contamos com a sorte e às vezes ela não vem. Outras vezes contamos com pessoas, e eu já perdi a conta de quantas vezes me decepcionei. Quem canta, pelo menos, pode espantar seus males: não é assim que se diz, quem canta, seus males espanta? Eu, como não sei cantar, conto um conto, pois eu não tenho nada mais com que contar. Mas não sou daqueles que, quando conta um conto, aumenta um ponto. Há também aqueles que só contam dinheiro, reais, que é o dinheiro de agora, e não contos de réis, que era o dinheiro de outrora. Então, por favor, não fique aí pelos cantos. Leia os contos que tenho para contar. Se não gostar, você ainda tem o canto do cantor que canta uma doce melodia que se espalha por todo canto e pelo ar, e é muito melhor do que meu contar. Infelizmente, nem o canto nem o conto servem para pagar as contas que continuam a se acumular.
Resumindo: você pode contar com o conto que tenho para contar ou com o canto que o cantor tem para cantar. Se não quiser nem canto, nem conto, o único remédio que existe, é ficar, para seu desencanto, nos cantos a chorar. No final mesmo, se você não puder contar com nada, existe um último jeito: passar os dedos pelas contas do rosário e rezar. Se você não for católico, o que deve mesmo fazer é orar. Enfim, cante, conte, reze ou ore. O importante, mesmo, é ter um amigo de verdade com quem possa contar. E, em último caso, em seus ombros, chorar...
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