Boa
Noite, América!
Quem nunca viu em filmes aqueles ônibus
escolares amarelos, com faixas pretas? Como em todo lugar, nessa pequena
comunidade, eles chegam pela manhã e recolhem crianças e adolescentes,
bocejando, e os levam para as escolas . Horas se passam e a tarde chega. Lá vem
os veículos novamente trazendo todo mundo de volta. Quase em silêncio, todos vão
rápido para dentro. Ninguém volta depois do almoço, como antigamente, para brincar,
lá fora. De bola, patins, o que estiver na moda. Andar de bicicleta, fazer travessuras,
também não. Pipa, nem pensar. O silêncio da tarde substitui o silêncio da noite.
Todo mundo em casa, recolhido. A vida agora é interna. Todo mundo plugado.
Alguns jogando por horas intermináveis, outros surfando por websites suspeitos,
outros ainda com fones de ouvidos escutando músicas doidas. Outras atividades
que não ouso imaginar. Antigamente o pai trabalhava, a mãe olhava os garotos.
Agora não há ninguém. Os dois trabalham.
A
rua ainda está em silêncio. Mais tarde, em horários diferentes, chegam os pais. Um lanche rápido, mal se vêem,
mal vêem os filhos. Todos cansados, chega a hora de dormir. Ninguém pergunta
como foi a escola, como foi o trabalho, se está tudo bem. Zumbis do mundo
moderno, almas vagando pela existência, produzindo talvez monstros de amanhã...
Agora, todos já dormem. Boa noite, América!
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