Por
falar em máquinas que falam
Quem não conhece a
antológica cena de “2001 – Uma Odisseia no Espaço” em que o computador da nave,
o Hal, fala com sua voz suave para o astronauta Dave que, infelizmente, não
pode deixá-lo entrar novamente na nave? Ele sabia que o Dave queria desligá-lo
e não queria que tal fato acontecesse para não arriscar a missão. Esperto, ele.
Muito mais esperto que muita gente.
Mas depois voltamos ao
Hal. Por enquanto, o que queria dizer é que agora o que era ficção não é nada
mais do que o cotidiano. Estamos falando com máquinas a todo momento. No começo
era difícil, mas hoje em dia elas estão conversando muito bem. Existe uma –
ainda estou falando das máquinas – que “trabalha” para um banco americano, que
é especialmente boa. Ela entende praticamente tudo e pergunta exatamente o que
deve ser perguntado. Além disso, é muito educada. Quando, devido ao nosso
sotaque tupiniquim, ela não entende alguma coisa, ela pede para repetir. Avisa,
porém, que é culpa dela, não nossa, e fala um “sorry” absolutamente honesto e
sincero. Gosto dela. Qualquer dia, quando houver clientes brasileiros
suficientes, ela não só vai entender nosso sotaque, como também vai falar “Que
bonito sotaque você tem. Aposto que é do Brasil!”. É tudo uma questão de marketing,
pode ter certeza. O que me preocupa, no entanto, é que ela pode fazer o mesmo
que o Hal fez naquele fatídico momento do filme. “Sinto muito, querido cliente,
não posso fazer isso.” Talvez eu precise de uma grana extra e o meu pobre saldo
bancário não alcance o limite. Certamente um saldo negativo prejudica a
“missão” bancária que é ganhar mais e mais. Mas posso ficar tranquilo, ela não
vai me ofender. Vai falar com muita educação e suavidade. E devo ficar muito
feliz com isso. Existem inúmeros humanos que não conseguem ser educados
pessoalmente e muito menos por telefone!
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Novo lançamento no Clube dos Autores: Essa vida da gente
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