A luz,
as sombras, a vida
O dia era tão fulgurante, tão cheio de brilho azul, que era
impossível se descrever. Quis, então, que ele jamais terminasse. A despeito
disso, na hora certa, com graça e jeito, veio a noite cheia de uma escuridão
iluminada por uma lua destemida. As coisas eram e não eram. Havia uma paz tão
grande e um silêncio tão cheio de suaves sons, que ele, de novo, quis que ela
também nunca terminasse. Mas, de manhã, a negritude abalada pelo luar cedeu a
uma manhã cheia de nuvens cinzas e chuva. Ele, então, voltou-se para seu
próprio interior e ficou ensimesmado, dentro de sua casa. Mas foi bom. Aquele
aconchego consigo mesmo aquietou sua alma. Veio mais uma noite, de chuva
também. As gotas batiam nas vidraças e aquietavam seu espírito e aquilo foi
muito bom. Quando parecia que a natureza não ia parar de chorar, uma estupenda
manhã, cheia de sol e nuvens fofas de um branco quase insuspeito, se
apresentou. E foi bom, muito bom, e ele quis que aquilo nunca terminasse.
Uma voz lá de dentro, no entanto, sussurrou. Explicou quase
cantando, que a vida era assim. Uma interminável sequência de luz, sombras e
cores. E ele viu que aquilo era bom, muito bom.
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