O furacão e suas histórias
Ele já tem uma certa idade, mas ainda trabalha oito horas
todos os dias da semana. Nunca falta. Nem precisaria dar duro assim, tem mais
do que suficiente para viver, mas é viúvo, mora sozinho, fazer o que em casa?
Além disso, ele adora o que faz. Trabalha num dos hotéis da Disney e sua função
é simples: quando chegam os hóspedes, cumprimenta-os com um sorriso, dá-lhes
boas vindas e indica o caminho a seguir. Todos os conhecem: funcionários, gerentes,
clientes antigos, etc. E mais, quando há um casamento, ele segura a cauda do
vestido da noiva.
Foi por isso que todos estranharam quando Richard não veio
trabalhar logo depois do furacão. Aquele não era ele. Querido que era, imediatamente foram atrás
dele. Logo descobriram o que tinha acontecido. O local onde morava – só para
pessoas de idade – tinha sido inundado. Não estava no abrigo onde a maioria
tinha sido recolhida. Estava numa espécie de estalagem adaptada para recolher
as vítimas da enchente. Já era o terceiro dia em que ele comia mal, não tinha
roupas para trocar e nem água para banho. Imaginem! Justo ele, tão metódico,
tão certinho!
Foi tirado de lá imediatamente. Conseguiram um quarto de
hotel na Disney, roupas secas, comida, material de higiene pessoal, tudo. Daí
ele falou que precisava do uniforme, que tinha se perdido no meio das águas.
Não precisa, fica uns dias sem trabalhar, falaram todos. Mas ninguém conseguia
convencê-lo. Faltar mais um dia era inadmissível. Levaram-no até o departamento
adequado e lá foi ele, vestiu seus trajes especiais e dirigiu-se, todo feliz,
para o trabalho.
Parecia um herói. Mas por que tanta festa? Tanta gente
perdeu a casa, perdeu tudo!
É que eu ainda não falei a idade do Richard. Ele está com
93 anos...
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