Ave,
César
O
homem se perdeu no começo do milênio. É verdade que foi muita coisa ao mesmo
tempo. Tudo e todos em exposição constante. Uma tecnologia feroz contrastando
com velhos costumes e antigas crenças. Confundiu-se Deus com o demônio e foram
soltos monstros que estavam no calabouço. Ferozes, eles começaram a atacar.
Atônito, o ser humano precisou conferir seu próprio eu. Foi, então que viu que
ele não existia mais. Era um “eu” fabricado, arrumado e preparado pelas
máquinas. Aproveitando-se da confusão, o maligno se vestiu de correto e de
autoridade, e atacou também. Agora inocentes morrem a todo momento. Alguns
conseguem se esconder e se proteger, mas não se sabe por quanto tempo. Nada é
mais seguro.
Escondidos
em castelos de cristal, com suprimentos e poder, estão os donos do mundo. Você
não sabe quem eles são. Os que conhecemos e que estão em exposição, não são os
verdadeiros. Talvez tenham procuração. Os autênticos não vão sair de suas
fortalezas. Só quando a tempestade passar. Daí, talvez, apareçam como heróis e
como salvadores. E nós vamos adorá-los e vamos nos sujeitar.
Nem
sequer desconfiaremos que foram eles mesmos que começaram toda a confusão.
Ave,
César!
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