Hermeto
Pascoal e o Paradoxo Brasileiro
Estava dirigindo esta manhã, quando de repente o locutor do
rádio falou com seu sotaque americano o nome de Hermeto Pascoal. Meu coração
deu uma leve acelerada, só de ouvir o nome de um brasileiro. E daí foi só uma
sequência de elogios. Falaram de como ele é um gênio da música. Aliás, ele é o
próprio espírito dela. Falaram de sua criatividade, de sua universalidade. De
como em maio deste ano ele ganhou o título de doutor honorário do New England
Conservatory. Citaram a história da famosa resposta que Miles Davis deu quando lhe
perguntaram que tipo de instrumento ele gostaria de tocar quando voltasse em
uma reencarnação. Davis disse: “Eu gostaria de ser um músico como aquele “albino
doido”, referindo-se carinhosamente ao Hermeto.
Enchi o peito e me lembrei de tantos outros brasileiros
geniais em todos os setores: ciência, música, arte, etc. Pensei também como a
maioria dos brasileiros é gente boa, gentil, simpática. Tantas almas gostosas,
leves, amigas. Mas, logo a seguir, pensei nos inúmeros idiotas que vemos na
vida pública todos os dias. O que falam, o que fazem.
Cheguei à conclusão óbvia. Isto é um paradoxo. Talvez seja
universal, mas este é o nosso paradoxo, o Paradoxo Brasileiro.
oooOOOooo
À procura de Lucas
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