Uma estranha comparação: os voos G3 1907 e MH 370
A
imprensa americana praticamente suspendeu sua programação normal para dar atenção
total ao desaparecimento do Boeing 777 da Malaysia Airlines. É um assunto que
atrai a atenção e dá audiência, sem dúvida. Qualquer acidente aéreo, mesmo com
poucas vítimas fatais, chama a atenção do público americano e é bastante
explorado pelos meios de comunicação. Às vezes até uma derrapagem na pista ou
um pouso forçado sem vítimas, toma horas e horas televisivas. No caso atual,
várias empresas, tal como a CNN, estão formando paineis, grupos de discussão.
Especialistas em diversas áreas dão suas opiniões. São levantados todos os
tipos de teorias, inclusive de conspiração.
E
agora vem algo que incomoda. Quando houve o acidente com a GOL, voo 1907, em
2006, a imprensa por aqui praticamente se calou. Quem sabia da notícia, tinha
de ficar esperando muito tempo até que alguém falasse sobre o assunto. Às
vezes, a notícia aparecia rapidamente naquelas faixas embaixo da tela, que
ficam passando o tempo todo. Seria por causa da participação no acidente de um
avião que, embora comprado no Brasil – o Legacy – pertencia a uma empresa de
táxi aéreo americana? Talvez por que entre os passageiros do jato da Embraer
estava um colunista do New York Times, o senhor Joe Sharkey? Qualquer hipótese
é absurda. Mas esse é um fato: o acidente do voo G3 1907 foi o relativamente
menos noticiado na imprensa dos Estados Unidos nos últimos anos. E, garanto,
foi um acidente diferente, que daria uma enorme audiência. Pelo acidente em si
e por envolver uma tripulação americana.Teve menos cobertura do que um acidente
com um ônibus na Índia. É um fato tão misterioso quanto o voo MH 370...
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