A
vida é bem parecida com uma conjugação
verbal. Todos sabemos que o Pretérito Perfeito indica alguma ação que já está
completamente terminada, resolvida, definida. Parece, entretanto, que nada é perfeito, e
tudo que fizemos – principalmente de errado – continua a atormentar nossas
vidas. Já o Pretérito Imperfeito é mais adequado. Segundo a gramática, descreve
fatos passados não concluídos, por isso mesmo, imperfeitos. Não é assim que
acontece? Sempre existe na vida da gente algo que ainda precisa ser resolvido. Já
o tempo presente é o mais enganoso de todos. A gente fica esperando e, quando
percebe, já aconteceu. E isso é um contínuo presente. Além disso, não é nada do
que a gente esperava. Por isso temos de botar a esperança no Futuro do Presente.
Esperando que nossas esperanças se realizem, de preferência num futuro próximo.
Mas que nada, é só desilusão. Este tempo verbal acaba virando Futuro do Pretérito:
poderia, ganharia, venceria, etc... Acho que é por isso que, antigamente, ele se
chamava “condicional”, pois sempre há uma “condição”, geralmente impossível,
para que ele aconteça. Não é fácil. E tudo isso que descrevi ainda é no modo
indicativo, que, supostamente, deveria ser
mais real, mais preciso. Como se não bastasse, ainda existe o modo subjuntivo.
As frases desse tipo, indecisas, marotas, começam sempre com “talvez”, “se”, “quando”,
“mesmo que” e vai por aí afora. Se eu ganhasse na loteria, mesmo que eu arrume
um bom emprego, talvez ela diga “sim”... Talvez, talvez... Aparentemente, por
todo o infinitivo, quero dizer “infinito”, temos de viver sob o jugo das
conjugações. E tanto faz se o Infinitivo é Pessoal ou Impessoal... Eu ainda ia
falar sobre os verbos irregulares, mas daí pensei: é demais! Você não acha?
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