Eta poeminha besta...
A folha branca olha, pálida,
aflita, para o escritor. Este procura na mente as palavras para a história que concebeu. Ele se recorda do
enredo, da emoção e até dos vocábulos que escolheu. Mas agora os sinônimos
viram antônimos, a sintaxe fica controversa, a morfologia demora a tomar
forma. Os fatos não correspondem aos
atos, a história vira uma estória, o fim parece sem pé nem cabeça e do começo
ele não se lembra mais.
Desiste.
Resolve escrever um poema. A
folha, entretanto, continua branca, pálida, vazia. E continua olhando para
ele. Nada muda. Ele olha de volta para a
página branca e pergunta em silêncio: “poesia abstrata?”
Como o papel não responde,
resolve escrever a esmo:
Branco
Brancura
Imensidão
Imenso
Solidão
Só
Para. Está tudo mesmo sem graça. E, ademais, ele está com sono.
Resolve ir para a cama. Quem sabe, um bom sono... Antes, porém, não aguenta e
escreve sobre o próprio poema:
Eta poeminha besta...
A folha de papel fica
quietinha, nada fala. Mas lá no fundo, eu acho que ela concorda...
<><><><><><><><><><><><><>
À venda
Lançamento no Clube de Autores: Insólito
Para comprar no Brasil ( impresso ou e book) clique:
Para comprar nos Estados Unidos clique
No comments:
Post a Comment