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Thursday, April 27, 2017

Pensando na vida




Pensando na vida

O primeiro respiro. 
O primeiro choro. 
O primeiro sorriso. 
A primeira palavra. 
O primeiro amigo. 
A primeira lição. 
O primeiro beijo inocente. 
O primeiro segurar de mãos. 
O primeiro amor. 
A primeira paixão. 
O primeiro compromisso. 
O primeiro filho. 
O primeiro rompimento.
O meio da vida. 
O começo da maturidade. Da velhice, que vem rápida. 
O começo do fim. O fim que não se conhece.
Os últimos desejos. 
Os últimos lances. 
O último amor. 
O último suspiro.
O começo do nada.
Ou o começo de uma eternidade sem fim?

ooooooOOO0OOOooooo


Essa vida da gente

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Saturday, January 2, 2016

Morte certa

Morte certa


Certamente a morte é certa, disto estão todos certos. Certas mortes, porém, são mais certas do que outras. Pessoas que dirigem bêbadas ou que moram em favelas, têm mais certeza da morte do que os outros. Com certeza a morte de quem tem uma doença terminal é a mais certa de todas e, por certo, mais certa do que  uma morte acidental. É por isso que lhe dão o nome de “terminal”. Claro que poderíamos chamá-la de "doença mortal”, mas nesse caso, um eufemismo até que vai bem. Por falar em figuras de linguagem, tenho certo para mim que a “Morte de um caixeiro viajante”, de Arthur Miller, não foi tão certa assim, uma vez que é pura obra de ficção. 
Além de certa, ela é relativa. Uma pessoa bem nova pode morrer no dia seguinte e um senhor de 60 anos ou mais, pode ter trinta anos pela frente. E convenhamos, trinta anos para quem já viveu 60, está bom demais. É uma eternidade. Gosto disso (tenho motivos, pois já passei dos 60). Assim, imitando o poeta, posso enfim garantir que o que sobra de tempo antes de morrermos, qualquer que seja, é uma eternidade. Pelo menos vai ser uma eternidade enquanto durar.

 Lançamento no Clube de Autores:  Insólito 

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Tuesday, September 15, 2015

Quando a eternidade chegar


Quando a eternidade chegar

Estou aqui, ansioso, esperando...
Esperando a eternidade chegar.
E ela, teimosa, nunca que chega.
Não sei por que demora tanto,
está atrasada, vem devagar.
Quando ela chegar, eu vou dizer:
Pensei que você não viesse mais,
você demorou uma eternidade!
Talvez ela responda, com prazer:
Pensando bem, vou voltar mais tarde.
E quem sabe mais um infinito
se passe, antes que ela volte.
Não faz mal, não. Não estou nem aí.
O que é esse eterno porvir,
para quem tem uma só vida?
Acho até legal, por que não?
Quem sabe ela se esquece de vir?

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Histórias do Futuro

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Tuesday, August 11, 2015

Por que passas assim?



Por que passas assim?

Por que passas assim,
sem sequer olhar para mim?
Isso mesmo, falo com você.
O que pensas que eu sou?
Um vagabundo sem destino?
Uma pessoa sem razão?
Sem amor, sem emoção?
Não se pode, simplesmente,
passar assim, sem sentido,
sem pausa, sem direção,
como se eu não existisse.
Não, não, moça bonita,
não é com você, não
que eu estou falando..
Nem mesmo com você,
minha própria vida,
que eu estou a falar.
Estou mesmo a conversar,
é com você, tempo cruel,
que passa, passa e
não para de passar,
numa espiral sem fim.

ooooooOOO0OOOooooo



O texto acima não faz parte do livro abaixo

Essa vida da gente

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Tuesday, August 14, 2012

A Dona Maria e a Eternidade


Autor: Flávio Cruz

A Dona Maria e a Eternidade

A Dona Maria, pouco antes de morrer, comoveu a todos. Não havia uma só pessoa que não gostasse dela. Ela era doce e suave. Não sofreu quase nada. Teve uma doença breve, o coração falhou e e ela se foi.
Na verdade, embora todos amassem a Maria, ninguém a conhecia por dentro. Era uma verdadeira selvagem. Quando moça, tinha aquelas ideias super liberais. Não tinha tabus nem preconceitos. Era, com certeza, uma das cabeças mais liberadas da sua época, pelo menos a sua volta. Estranhamente suas amigas e conhecidos nada sabiam a respeito. Ela não queria chocar ou envergonhar ninguém. Sabia como as pessoas se sentiam. Para que abalar aquelas cabecinhas todas, pensava ela, se do jeito que estava, estava todo mundo feliz? O tempo foi passando, ela se casou e nem seu marido nunca ficou sabendo de nada. Coitado do Armando, ela raciocinava, teria um enfarte se conhecesse metade de suas opiniões. Ele era feliz com ela desse jeito, para que mudar? E mais tempo se passou e vieram os netos. Nem quando eles ficaram jovens chegaram a ser tão “avançados” como ela. Mas ela nunca passava da quota certa para não escandalizar. Quem a conhecesse por dentro, entretanto, saberia que ela estava à frente de todos. E lá estava ela com aquela carinha festeira, sempre alegre, sempre disposta a tudo.
Assim foi que quando chegou a hora de partir, todos estavam torcendo por ela.Uns oravam, outros rezavam, cada um de acordo com sua fé. Certeza de que ela iria para o céu, todos tinham, era unanimidade. O que ninguém sabia era o que ela pensava a respeito da eternidade, do paraíso. Não era que ela não acreditasse em Deus ou coisa assim. Ela não acreditava no Deus das pessoas em geral. Para ela, Ele era mais sofisticado, mais grandioso, mais tudo. O mais próximo que alguém tinha chegado perto da sua concepção divina eram aqueles cientistas que ela vira um dia na televisão. Eles tinham descoberto aquelas partículas ultra, ultra pequenas e que vibravam o tempo todo, doidamente, dentro dos átomos. Aquilo sim podia ser uma coisa de Deus. Não gostava daquele Deus descrito por alguns que ficava agindo como se fosse a gente, fazendo coisas banais, sentindo sentimentos de homens e mulheres. Como sempre, não falava nada para ninguém, não queria ser arrogante, não queria humilhar os outros. Outra ideia muito diferente da Dona Maria era que ela não entendia por que as pessoas deduziam automaticamente que Deus existindo, nós seríamos imortais também e viveríamos para sempre.

E se Deus tivesse nos criado para viver só aqui na Terra?  Sabe, como uma experiência? Depois seria o nada.  Por que não? Não seria tão mau assim ficar sem saber, durante todo o infinito dos tempos, das desumanidades dos humanos. Ela achava o ser humano arrogante por pensar que teria direito à eternidade. Pode até ser mas...certeza ninguém tinha de nada. Você pode ter fé, aí é outra coisa, pensava consigo mesmo. Mas saber mesmo, ninguém sabia.
Bom, agora ela está lá do outro lado...ou não está? Como ela dizia, ninguém sabe. Uma coisa é certa, porém: aqui, neste mundo, a Dona Maria, ironicamente, de certa maneira virou eterna, ela que não acreditava na eternidade.  Ela ficou para sempre no coração de todos...