Morte
certa
Certamente
a morte é certa, disto estão todos certos. Certas mortes, porém, são mais
certas do que outras. Pessoas que dirigem bêbadas ou que moram em favelas, têm
mais certeza da morte do que os outros. Com certeza a morte de quem tem uma
doença terminal é a mais certa de todas e, por certo, mais certa do que uma morte acidental. É por isso que lhe dão o nome de “terminal”.
Claro que poderíamos chamá-la de "doença
mortal”, mas nesse caso, um eufemismo até que vai bem. Por falar em figuras de
linguagem, tenho certo para mim que a “Morte de um caixeiro viajante”, de
Arthur Miller, não foi tão certa assim, uma vez que é pura obra de ficção.
Além
de certa, ela é relativa. Uma pessoa bem nova pode morrer no dia seguinte e um
senhor de 60 anos ou mais, pode ter trinta anos pela frente. E convenhamos,
trinta anos para quem já viveu 60, está bom demais. É uma eternidade. Gosto disso
(tenho motivos, pois já passei dos 60). Assim, imitando o poeta, posso enfim
garantir que o que sobra de tempo antes de morrermos, qualquer que seja, é uma
eternidade. Pelo menos vai ser uma eternidade enquanto durar.
Lançamento no Clube de Autores: Insólito
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