O
spray verde
A
polícia inglesa está usando um produto químico sem odor, invisível e quase
impossível de limpar. No ato do roubo ou assalto, um jato de spray é lançado no
meliante, que nem percebe o que está acontecendo. Quando exposto à luz
infravermelha o larápio fica de cor verde. E ninguém consegue tirar o verde da
cara do indivíduo por semanas a fio. O novo sistema diminuiu violentamente a
quantidade de crimes na região onde está sendo usado.
Pensei
que talvez pudéssemos usar esta ferramenta útil na luta contra o crime. Depois,
pensando bem, achei que seria inútil. Em primeiro lugar, teríamos de usar uma
quantidade tão grande deste produto que ia acabar ficando caro. Em segundo
lugar, alguém muito esperto, conseguiria fazer por aqui o que ainda não conseguiram fazer na Inglaterra: limpar o
produto da pele. Em terceiro lugar,
mesmo sabendo que o fulano está “verde”, não conseguiríamos capturá-lo
por falta de policiamento. E, por último, se, por sorte, pegássemos algum, uns
bons advogados iriam conseguir provar que...Sei lá, qualquer coisa, que o seu
cliente comeu muito agrião, e por isso está verde, por exemplo. Nunca se sabe. Todos
sabem como funciona o sistema judicial.
Talvez
pudéssemos usar para políticos corruptos. Mas daí, como iríamos saber onde
estão sendo feitas as reuniões secretas, onde estão combinando a “comissão” da
obra, o superfaturamento? Não daria para montar uma armadilha para lançar o
super spray verde. Além disso, eles certamente pagariam algum “por fora”para os
que fornecem o tal do spray, para alterar a química do dito cujo. Tem tanto
jeito de se safar.
Além
do mais, se tivéssemos sucesso com o spray verde, no caso dos políticos de nada
iria adiantar. Existe gente tão cínica que é capaz de falar que mudou para o
“Partido Verde”. E daí, os coitados deste Partido, que nada têm com a história,
para não serem confundidos com a máfia, iriam ter de mudar de cor: Partido
Azul, Partido Abóbora, ou qualquer coisa assim. É o que todos sempre dizem: aqui
não funciona...
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