O Reencontro
O Seu Horácio andava meio triste e deprimido. Nada mais tinha graça para ele. Afinal, a sua querida Rita havia falecido há algum tempo e as coisas não faziam mais sentido. Nem no trabalho e muito menos em casa. Naquele dia, então, ele estava ainda mais para baixo do que qualquer outra ocasião. Chegou em casa à noite, naquele vazio, e mergulhou na sua solidão. Tentou se recompor, tomou um banho, preparou uma refeição leve – que saudades das coisas que ela fazia – e foi dormir.
Daí,
então ele sonhou. Sonhou um sonho diferente. Que tinha morrido e que tinha ido
para o céu. Assim, sem mais nem menos. Foi entrando, parecia um velho conhecido
de todos. Foi andando, andando e olhando para todas aquelas faces celestiais.
Estava, na verdade, procurando a sua Rita.
De
manhã, Helena, sua filha, telefonou para ele. Não houve resposta. Ela achou
esquisito, e como morava perto, resolveu dar uma passada para conferir se
estava tudo bem. Tocou a campainha e ninguém respondeu. Pegou a chave que
estava debaixo do capacho e entrou. Teve um sobressalto quando viu o corpo inerte
do pai na cama. Após se refazer viu que ele tinha um sorriso suave e gostoso na
face. Como poucas vezes vira antes. Imediatamente ela entendeu o que havia
acontecido: finalmente, após dois anos, o Seu Horácio havia reencontrado a Dona
Rita.
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