Conversa
de gente louca
O gato de Schrödinger
está vivo e ainda tem mais seis vidas para usar. É uma coisa que os
especialistas em felinos deveriam explicar.
Emquanto isso, num
restaurante de Copacabana, um turista americano come lula. Nos Estados Unidos
uma criança deixa noventa por cento da lasanha no prato. Num outro país outra
criança tem 99 por cento de chances de morrer por falta de alimentos. Um está
aqui, outro está lá. Entretanto, quem está na sala de visitas conversando é o
Ghandi. Conversa com John Lennon, imagine! Pela janela, o Charlie Chaplin filma
tudo. O papa está esperando a eleição.
O John convida os
outros Beatles para viajar no submarino amarelo. Ancoram em Pearl Harbor. A
Yoko sai primeiro para ver se os japoneses ainda estão lá. Não estão não, voltaram
para o Japão, estavam preocupados com o tsunami. O Lennon volta para Nova
Iorque e o Paul se alista na marinha. O Obama adverte sobre a radiação. A notícia
faz baixar a bolsa de Nova Iorque. A de São Paulo também. Os raios atômicos não chegam, as bolsas voltam
a subir. Notas de dólares sobre Manhattan. Sobre a Avenida Paulista também. A
avenida fica cheia de cores e o deputado se preocupa com toda aquela cor. Diz
que não pode.
Em São Paulo, outro
arrastão. O pobre pedinte também se arrasta na 25 de Março. Mas é fevereiro ainda
e o Carnaval nem chegou. Todos vão se arrastar, então.
Essa conversa é
de se jogar fora. Jogar fora mesmo. Estou
cansado. Ela me deu fome e eu vou almoçar.
Antes de ir, preciso
avisar que o gato de Schrödinger está mesmo morto. Faz tempo que não o vejo.
Essa conversa de sete vidas é fiada. Coitado do gato. Já morreu.
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