Luna tinha
um dia agitado pela frente e achou que seria bom divertir-se um pouco aquela
noite. Precisava relaxar. Estavam na moda as famosas festas noturnas do final
do século 20 e começo do 21. Eram festas “da pesada” e faziam parte de uma onda
de saudosismo. Quem tinha experimentado, dizia que acontecia de tudo. Com
tudo que havia ocorrido em termos de diversão nas últimas décadas,
ficava cada vez mais difícil achar alguma novidade no setor. E algo de que
Luna não gostava, era de ficar entediada. É claro que o que se fazia nessas casas noturnas tinha que ser encaradas dentro do contexto. Para se
divertir pesado, você precisava “entrar” nelas com o espírito do passado, aí é
que residia a essência da diversão.
Luna
preparou-se adequadamente e dali a pouco já estava “se aquecendo” no novo
ambiente. Rostos desconhecidos, mas todos interessantes, rindo, animados. Homens
e mulheres jovens movimentando-se doidamente pelo imenso clube. Ela, por seu
lado, já estava tomando seu primeiro drinque. Depois dos dois primeiros goles
já se sentia em estado de êxtase. Seu corpo parecia flutuar entre os pares que
dançavam. Claro, a bebida já vinha com as drogas certas. Prazer através de
todos os sentidos, de todos os tipos. Seu corpo ia da total languidez para a
total excitação. Num momento estava viajando pelas galáxias, noutro estava
imersa no próprio sangue, nas próprias moléculas. A seguir, suas células
explodiam e se espalhavam pelo enorme salão. Depois se reagrupavam e
reconstituíam seu corpo... que, então caminhava célere por tubos multicoloridos
que terminavam em grandes piscinas com água rosa, azul, verde... Daí então, os
rostos da festa apareciam de surpresa do fundo da água a sua frente e
sorriam... Lá estava ela de volta no salão flutuando... Seu corpo sendo
devorado por todos os jovens da sala. Todo seu ser envolto em volúpias mil, sua
libido aumentando, aumentando até seu corpo explodir em pequenos pontos de luz
e se evaporar no ar. Os pontinhos lentamente voltavam ao chão e depois se reorganizavam
em células, moléculas, e seu corpo surgia no meio do salão, outra vez, no meio
de todos. Ela era novamente devorada e no prazer do devorar, até sua alma se
enchia de gozo.
As horas
passaram rápidas. Loucura após loucura, numa espiral doida e sem sentido, mas
com todos os sentidos do corpo sentindo todas as sensações possíveis. Nada
importava e tudo importava. Entendia tudo, falava todas as línguas, conhecia
todas as fórmulas. Olhos, ouvidos, nariz, pele... todos os órgãos estavam
auferindo tudo do ambiente, das pessoas, do universo. Cores, luz, formas...
Finalmente, começou
a vir uma calma quase divina. Seu corpo e sua alma começaram a ficar em
silêncio. Começou a voltar.
Lá estava
Luna calmamente sentada em sua poltrona. As horas que passara na sua louca
balada eram na verdade apenas 10 minutos de “viagem virtual”. Estava toda
plugada e nem precisara sair de seu quarto. No seu corpo não havia uma gota de
álcool ou um grama de drogas. Estava sadia e forte como nunca. Estava relaxada
e calma.
Bem-vindo
ao saudável “admirável mundo novo” do sexo, das drogas e “rock and roll” do
século vinte e dois...
0o0o0o0o0o0o0o0o0o0o0o0o
=====================================
=====================================
GERMÂNIKA
Imagine um país que vai de São Paulo até o Uruguai, numa outra realidade. Imagine agora que este país foi dominado pelos alemães e agora são seus habitantes. Esta nação é GERMÂNIKA e pertence a um universo paralelo ao nosso.
Leia GERMÂNIKA, disponível no Amazon.
Clique aqui para mais informações
No comments:
Post a Comment