Saturday, November 21, 2015

Apenas uma mulher

Apenas uma mulher



Não se incomoda em ouvir pequenas mentiras, quando lhe agradam. Grandes mentiras ouve também, mas só quando necessário. Nunca se deve falar alto com ela, nem mesmo quando você tem razão. Nem diante do absurdo. Você vai perder essa mesma razão, mesmo estando com ela: com a razão. Não estranhe quando ela fala “não” querendo dizer sim e “Sim, senhor” quando absolutamente é um “não” que quer dizer. Vá se entender.  Faz cara de emburrada sem motivo nenhum e, por algo que não se sabe, se enche de alegria. Suspira, às vezes, por uma pequena causa e se irrita outras vezes por causas desconhecidas ou causa nenhuma. Tem graça quase o tempo todo, mas quase de graça, perde a mesma, assim, sem avisar. Chora por chorar. É sincera, mas faz você pensar que tem algo para ocultar. Às vezes olha para você e quando você percebe, ela já percebeu tudo, não dá mais para esconder. Outras vezes, está tudo tão óbvio, que não há nada para se dizer. Mas, mesmo assim, ela quer ouvir as palavras, e é melhor você dizê-las, uma a uma, do jeito que ela quer ouvir. Isso é para você não ouvir o que não quer.
Ela escuta o silêncio, o seu e o dela. Mesmo o silêncio mais profundo.
Muitas vezes, muitas mesmo, não dá para entender. Nem tente. Ela é, simplesmente, uma mulher.

                         Histórias do Futuro


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