O fato, de fato, aconteceu, não havia dúvida. O fato foi documentado com uma foto. Disseram, porém, que a foto não representava factualmente os fatos. Foto fraca, fato forte. Entendidos em foto refizeram a foto. Foto refeita, foto bem feita. Fotoshop. O fato é que a foto não era mais o retrato da fato, tão modificada que estava. Agora a foto que era a tal, o fato era um mero fator e dele se esqueceram. Só se falava na foto. Mas fato é fato, uma foto precisa de um fato para ser uma foto fatal e total. Mas não se podia ignorar o fato de que no final todo mundo respeitava mais a foto do que o fato. Afinal a foto você sempre vê e o fato você só vê uma vez. Só alguns veem. Isso é um fato, um fato que nem dá para você fotografar.
Agora virou moda, falam sempre mais da foto que do fato. Os fatos, que fatos? O que importa é o documento que retrata o fato, nem que o fato não tenha acontecido.
Resumindo, meu irmão, ninguém se preocupa mais com a verdade. Todo mundo, quase todo mundo, só se preocupa com o retrato que as pessoas de poder fazem dos fatos. Essas pessoas até fazem fotos de fatos que não são fatos, só fotos. A foto fica colorida quando precisam de cor. A foto fica em branco e preto quando querem dizer que a situação está preta. Quando ainda não decidiram o que fazer do fato, a cor é, sabiamente, a sépia.
Isto é um fato. E gostaria de lembrar o fato de que desse fato não se pode tirar uma foto. Claro, se não, esse fato seria uma foto, e não um fato, conforme foi provado pelos fatos expostos acima. É ou não é um fato?
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