Ninguém morre de véspera
Como todos sabem, o voo 214, da Asiana Airlines, não chegou do jeito que devia chegar. Um piloto em treinamento estava fazendo a aterrisagem. Errou a aproximação. Voava em velocidade muito baixa na chegada. Perdeu a cauda na cabeceira da pista, descontrolou-se, pegou fogo. Ela, como as outras, seguiram as instruções de emergência e saíram rapidamente do avião em chamas. Já salvas, esperavam junto à pista pelo resgate. As ambulâncias e caminhões de bombeiros aproximavam-se do local, em meio à confusão. Quis o destino, cruel destino, que um dos caminhões atropelasse a menina, depois de ela ter escapado viva, de maneira espetacular, de um dos mais bizarros acidentes aéreos dos últimos tempos.
Como pode? É justo? Estou tentando entender este destino brincalhão. Depois de conseguir um milagre, deixar que ela morresse assim? Matou os sonhos da menina, os sonhos de seus pais. E tanta gente ruim, que leva tiro e tudo, e não morre!
Pois é, como diz o velho ditado, “ninguém morre de véspera”, mas certamente morre no dia seguinte, principalmente se o dia seguinte é seu dia de morrer.
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