Tocando em pontos sensitivos
Cada vez mais os cientistas descobrem coisas
sobre nosso cérebro. A maior parte delas é amplamente aceita não só pela
comunidade científica, mas também pela maioria das pessoas com maior nível de
educação.
Vejam só como a vida é cheia de ironias. Uma
escritora, a neurofilósofa Patrícia Churchland, escreveu um livro sobre o
assunto recentemente. A primeira delas é o sobrenome da autora: “Churchland” .
Não acredito que “nas terras da Igreja” suas ideias sejam bem-vindas. A segunda
ironia está no fato de que ela é da área de “humanas” e acabou escrevendo essa
obra que é devastadora para o conceito de “espiritualidade”, “religião”, etc.
Deu um golpe mortal em várias instituições humanas até agora tão sagradas, que
nenhum cientista radical tinha dado com tanta força.
Segundo ela, ter um comportamento moral bom,
adequado, ter integridade, ética, tudo isso não é determinado por uma razão
espiritual, sobrenatural, mas sim por necessidades de sobrevivência, habilmente
controladas por nosso cérebro e a incrível química que há dentro dele. Em
outras palavras, não somos bons, éticos, morais por causa de uma luz espiritual
que nos guia, mas sim porque nosso cérebro, de uma maneira inteligente e através
da química, nos induz a isso, para nos ajudar na preservação da nossa espécie.
O nome do livro, de uma maneira quase
sarcástica, é “Touching a nerve”, que
significa, em sentido figurado, “tocando em pontos sensitivos”. Com certeza é
isso que ele faz.
Isso vai dar o que falar. É assustador, mas
definitivamente estamos mesmo entrando no “admirável mundo novo” de Huxley...
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