Wednesday, November 13, 2013

Tocando em pontos sensitivos

Tocando em pontos sensitivos


Cada vez mais os cientistas descobrem coisas sobre nosso cérebro. A maior parte delas é amplamente aceita não só pela comunidade científica, mas também pela maioria das pessoas com maior nível de educação.
Vejam só como a vida é cheia de ironias. Uma escritora, a neurofilósofa Patrícia Churchland, escreveu um livro sobre o assunto recentemente. A primeira delas é o sobrenome da autora: “Churchland” . Não acredito que “nas terras da Igreja” suas ideias sejam bem-vindas. A segunda ironia está no fato de que ela é da área de “humanas” e acabou escrevendo essa obra que é devastadora para o conceito de “espiritualidade”, “religião”, etc. Deu um golpe mortal em várias instituições humanas até agora tão sagradas, que nenhum cientista radical tinha dado com tanta força.
Segundo ela, ter um comportamento moral bom, adequado, ter integridade, ética, tudo isso não é determinado por uma razão espiritual, sobrenatural, mas sim por necessidades de sobrevivência, habilmente controladas por nosso cérebro e a incrível química que há dentro dele. Em outras palavras, não somos bons, éticos, morais por causa de uma luz espiritual que nos guia, mas sim porque nosso cérebro, de uma maneira inteligente e através da química, nos induz a isso, para nos ajudar na preservação da nossa espécie.
O nome do livro, de uma maneira quase sarcástica,  é “Touching a nerve”, que significa, em sentido figurado, “tocando em pontos sensitivos”. Com certeza é isso que ele faz.

Isso vai dar o que falar. É assustador, mas definitivamente estamos mesmo entrando no “admirável mundo novo” de Huxley...


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