Bebês
da era cibernética
Cavaleiros inclementes,
insolentes,
vindos dos mortos das eras medievais,
matando com suicídios banais
os bebês da era cibernética,
vingando crimes de antigos
cavaleiros,
com cruzes e espadas dialéticas,
de tempos antigos, trapaceiros,
que, pensávamos, não viriam
mais.
Deuses loucos, nervosos,
intrépidos,
guiam suas mentes e seus
corpos,
doidos, incoerentes, com almas
de plástico.
Desejam, como justa
recompensa,
virgens carnais num céu
paradoxal.
Esperando estamos, em grande
agonia,
um milagre súbito, fenomenal,
ou que nossos tataranetos,
enfim,
movidos por ciências futuras,
esmaguem os antigos
guerreiros,
sem senso e sem nexo,
assim como seus herdeiros,
numa incrível batalha fatal.
E haverá uma paz certa,
nem que seja inserida num chip
transcendental, sublime,
numa torre alta, monumental,
numa linda cidade de cristal.
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