Eu e as estações
O
inverno, manso, chegou
como
se esperava.
Depois,
cruel, congelou
meu
corpo torturado,
inquieto
e cansado
com
o insensato frio.
Suspiro,
espero a fio,
pela
doce primavera
e
suas suaves cores.
E
ela chegou deveras,
com
tudo que prometeu.
Sonhei
um sonho gostoso
que
não queria que acabasse,
mas
de repente desperto,
desse
sonho primaveril:
o
sol em chamas, bem perto,
com
fúria me queimava,
até
eu me acostumar.
Ia
ser eterno, pensava,
aquela
chama infernal,
mas
lento, com maciez,
chegou
o outono deleitável,
com
seu tom fulvo e marrom,
a
fertilizar a terra e
pintar
o céu com seu dom.
Pensei
que fosse o final
de
todo ciclo da vida,
dessa
vida tão banal.
Que
fim melhor podia haver
que
a estação das flores?
O
inverno forte, porém,
de
novo, com força, gelo
e
inclemência mortal
sobre
minha vida lançou.
Finalmente
eu entendi:
Era
a vida, em ciclos,
com
graça a se renovar.
Pensei
então, ansioso,
no
caso de um dia terminar,
esse
louco carrossel,
que
fosse na melhor estação:
Na
doce primavera,
onde,
sem muito pensar,
minha
fraca alma pudesse
para
todo o sempre,
sonhar,
sonhar, sonhar...
==============
À procura de Lucas
No comments:
Post a Comment