A gente gosta mesmo de usar expressões ao invés de dizer a coisa diretamente. Talvez porque assim “tenha mais graça”. E aí foi, escapou a primeira, “ter graça”. E não é a mesma graça de “ela é uma graça” e muito menos de “comida de graça”, o que não acontece “nem que a vaca tussa”... Por que dizemos, por outro lado, quando alguém “se deu mal” – mais uma – que o fulano “dançou”? O que “dançar” tem a ver com isso? E, vejam bem, não pode ser “bailar”, a não ser que, como a Rita Lee, você queira “bailar no esconderijo”, mas o significado dessa é melhor você perguntar para ela mesmo... Se, ao invés da bela arte da dança, você quiser usar a arte da guerra, você pode usar uma mais antiga que é “o tiro saiu pela culatra”. Nesse caso, até dá para entender, porque culatra é a parte de trás da arma e a bala atingiria você mesmo. Por falar nisso, por que usar a mesma palavra - bala - para uma coisa tão doce e um projétil que pode matar? Já, quando falamos “manda bala”, fica fácil entender, alguém está querendo que você faça as coisas na mesma velocidade do projétil.
Fico preocupado quando a gente usa a expressão “acabar em pizza”, afinal de contas, é uma coisa triste, quer dizer que as pessoas não aplicaram as regras do jeito que deveriam. Deveríamos chorar e não ficar comendo. É claro, estou sendo inocente aqui, quem está a comendo a pizza são eles, e não nós. Existem expressões que são parentes, acho até que são irmãs. Por exemplo a tal da expressão “acabar em pizza” deve ser no mínimo prima daquela outra “grana por fora” ou, ainda, “quebrar o galho”. Quando essas coisas acontecem, geralmente a grana é do povo, embora seja “uma grana preta” – pois é sempre muita – e o galho que quebra é sempre o nosso e não deles. Estou falando que a “a grana foi preta” sem saber, pois, nós, o povo, nem vimos a “cor da grana”. No máximo, “comemos grama”. Além do mais, não estamos sempre “no buraco”? Claro, foi lá onde caímos quando o “galho quebrou”. Isso é só para gente importante, porque para pobres mortais como nós , só existe o “dá um jeitinho”, mas do jeito que está, para nós nem esse “jeitinho” existe mais...
Para terminar, não “em pizza”, é claro, estou preocupado com o fato de que para pessoas sem recursos, além de nada “acabar em pizza”, eles quase sempre veem a “pizza acabar” antes de chegar. Na verdade, eles nem pediram a dita cuja pois o dinheiro nunca é suficiente para tal no final de semana. No máximo, as coisas acabam em “feijão com arroz”, uma coisa comum, que também é uma expressão, mas não para os sem recurso, pois, no caso destes, “feijão com arroz” não é uma expressão, é arroz com feijão, mesmo, e olhá lá...
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