Uma Nêga Chamada Tereza (Jorge Ben Jor – 1969)
Em fevereiro
Tem carnaval
Eu tenho um fusca e um violão
Sou Flamengo, tenho uma nêga
Chamada Tereza
Ah!Ah!
Composição: Jorhe Ben Jor (1969)
Conheço a nega chamada Tereza do Simonal e conheço a Madre Teresa. Não pessoalmente, é claro, mas já ouvi falar delas muitas vezes. A única coisa que elas têm em comum é que ambas se chamam Teresa. Fora isso é só diferença, a começar que uma é de verdade, a outra é ficção. Daí para frente é diferença que não acaba mais. Pois bem, meus amigos, outro dia ouvi falar de mais duas Teresas. Além de ter o mesmo nome, as duas são de Atlanta. Ah, estava me esquecendo, elas têm mais uma coisa em comum, são da raça negra. Você vai me dizer que ainda é pouca coisa em comum. E você está certo, porque em tudo mais elas são diferentes, incluindo coisas super básicas, como idade, sobrenome, altura, etc. O que eu estou querendo dizer é que não há como confundi-las. Pois bem, a polícia de Atlanta não pensa o mesmo. A primeira Teresa, que não é a do Simonal (com “Z”) e muito menos a de Calcutá, mas que tem o sobrenome de Culpepper, teve sua caminhonete roubada. Chamou a polícia, o que é óbvio, para registrar a ocorrência. A dita cuja (polícia, que é dita, mas não Teresa) vem e prende a Teresa que é Culpepper. Embora o sobrenome lembre “culpa” se você forçar a imaginação, a Teresa – the First – não tinha culpa nenhuma no cartório. Talvez alguém tenha pensado, Culpepper igual a “culpa, se quer” o que sugeriria que a dita Teresa, primeira, seria culpada. Mas mesmo um medíocre advogado de defesa, poderia argumentar que culpa em inglês não é culpa, mesmo quando você culpar quer (desculpem-me, não resisti ao trocadilho). Assim sendo, eu diria no tribunal que culpa é “guilt”, e não é minha culpa que , em Inglês, nem mesmo em Atlanta, “guilt” nem de longe se parece com Culpepper ou culpa. Mesmo que fosse, isso só provaria que ela é Culpepper, a não culpada e não a outra. Pois bem, não houve conversa, a Teresa, nem a culpada, nem a do Simonal, nem a de Calcutá, a pobre Teresa, a da caminhote furtada, foi presa. Sem lenço, embora tivesse documento, mas principalmente sem grana e sem fama, ficou 53 dias na cadeia. Outra consequência grave de se estar sem grana, além de ser preso facilmente, é não ter a mesma - grana - para um advogado ou para a fiança. Quase dois meses depois, quando um advogado público, que por ser de graça não é tão rápido como os demais, embora continue público, descobriu através da vítima da outra Teresa (obviamente não a de Calcutá, etc, etc) que a Teresa da caminhonete roubada não era a culpada. Pois bem, já fomos para a lua, sabemos fazer mapa genético e muitas outras coisas, mas, francamente, diferenciar duas Teresas, na mesma cidade, você está querendo demais, certo? A favor dos policiais, tenho de admitir que eles tinham um mandado de prisão. É claro que, contra os policiais, tenho de admitir que no mandado havia o sobrenome correto da verdadeira culpada e que este sobrenome não era Culpepper. Estou dizendo, esse pessoal fica falando mal do Brasil... Eu garanto que isso não aconteceria em nossa querida terra. Para começar, os policiais jamais teriam ido até a casa da Teresa, nem da primeira, nem da segunda, quanto mais para Calcutá . Voltando para Atlanta, eu mencionei que as duas Teresas tinham a mesma cor? Será que é por isso que os policiais...?
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Teresa Culpepper
a Tereza do Simonal
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