A
riqueza relativa (Papai, o que essas pessoas estão fazendo em nosso avião?)
A
riqueza traz felicidade? Quantas vezes ouvimos esta pergunta por aí. Já ouvi
muitas respostas, mas a mais honesta, embora não tão política ou filosoficamente
correta, foi o desabafo de uma garota diante de uma vitrina cheia de roupas de
marca: “Como é bom ter dinheiro!”
Claro
que a resposta certa depende de uma série de relatividades e é quase impossível
se ter uma boa resposta. Além disso, nunca fui rico e não tenho credenciais para
tal. Sei tão somente que é possível sentir coisas boas e belíssimas sem dinheiro.
Sei também que, sem o mínimo de recursos, é muito difícil sequer pensar em
felicidade.
Para
sentir como tudo depende da perspectiva de onde você olha, tenho uma pequena
história para contar, a partir de um documentário que assisti sobre David A.
Siegel, um dos homens mais ricos dos Estados Unidos. Ele é o dono do Westgate
Resorts, a maior cadeia de hotéis do gênero do mundo. Em 2008, após a crise
financeira que abalou este país e o resto do mundo, ele se viu obrigado a vender,
entre outras coisas, seu jato particular, que usava frequentemente para
transportar a família. Pela primeira vez viu-se na situação de precisar tomar
um avião comercial para viajar com a mulher e os filhos. Ao entrar no avião, um
de seus garotos o puxa de lado e pergunta inocentemente:
-Papai,
o que todas essas pessoas estão fazendo em nosso avião?
Não
sei o que ele respondeu, mas isto mostra como tudo é relativo. Uma viagem aérea,
que para uma grande maioria pode ser um sonho jamais realizado, para aquele
garoto era, naquelas circunstâncias, um grande incômodo. Como disse o grande
cientista, tudo é relativo. O Einsten sempre teve razão.
ooooooOOO0OOOooooo
A crônica acima não faz parte do livro abaixo
Essa vida da gente
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