Eu
queria ser o seu caderninho
Quem
é da época, se lembra quando o Erasmo Carlos cantava “O Caderninho”. Eu
queria ser o seu caderninho, “pra” poder ficar juntinho de você... e por aí continuava. Bons tempos, hein? E ele
continuava dizendo que “na volta (da escola) juntinho ao seu corpo eu iria ficar”. Romântico, sensual.
Hoje em dia, porém, teríamos de substituir pelo celular. As meninas modernas
não têm mais caderninhos. Pensei em dizer “celularzinho”, mas acho que não ia
ficar bem. A canção diz que “você me abriria, ‘pra’ me estudar”. Aí já ia ficar
complicado. Os celulares não abrem mais. Eles, ou suas telas, ao contrário, são
tocadas. Aí já está melhorando. Mas, por outro lado, pensa bem. Você já viu
como essas garotas mexem com esses telefones? A rapidez? Aqueles dedinhos
ligeiros, furiosos, me cutucando? Não sei não, mas acho que ia dar cócegas. Eu
ia rir e minha namorada iria pensar que eu estava de gozação. Além disso, tudo
está no celular, ou seja, eu sendo o dito cujo, toda minha informação iria
estar ali, se oferecendo de bandeja, para ela “estudar”. Meus contatos, minhas
mensagens. Complicado. Por mais puro eu seja, você já pensou a confusão, ela
vendo toda minha vida ali? Apesar de romântica, acho que esta não é uma
boa ideia. Melhor ficar com o caderninho. Talvez uma pequena mensagem: “Eu te
amo. Vamos sair hoje à noite”. E só.
Às
vezes, tenho saudades dos caderninhos da vida. Você não tem?
ooooooOOO0OOOooooo
A crônica acima não faz parte do livro abaixo
Essa vida da gente
Para adquirir este livro no Brasil
--------------------
Para adquirir este livro nos Estados Unidos
No comments:
Post a Comment