Esses cientistas...
Agora já é definitivo. Todos os cientistas concordam que não há vida depois da morte, que não há alma. Pecado e virtude são coisas de nosso cérebro para controlar a sobrevivência da espécie. Não há castigo nem prêmio, monstros e anjos vão viver um enorme e branco vazio depois de morrerem. Ou seja, não vão viver. Em princípio, não há problema nenhum, pois não vamos sentir nada. Nem saudades da nossa querida existência, nem culpa, nem vontade.
Por outro lado, é uma pena. Já pensou não poder mais apreciar o verde das matas, a estonteante beleza do agressivo amarelo do ipê contrastando com o céu estupidamente azul? Não poder sentir a força das águas voluptuosas correndo fortes e poderosas no leitos dos rios? Não ouvir o sussuro dos amantes nas alcovas? O piar suave e insistente dos pássaros nos galhos das árvores? O balbuciar gracioso e com um significado intraduzível e maravilhoso dos nossos bebês? Deciliar-se com uma canção que marcou nossas vidas? Deixar tudo isso para trás?
Acho bom esses poderosos cientistas darem um jeito nessa trapalhada toda. Criar uma “nuvem” cibernética, uma bolha existencial, um sobrenatural virtual, qualquer coisa assim. Algo quanticamente poderoso, tão poderoso quanta a ciência que quer apagar nossos sonhos. E é bom fazerem isso logo, pois nossa geração está muito próxima desse vazio enorme que se depara diante de si.
Melhor fora, porém, que não tivessem falado nada. Poderíamos partir suavemente, deliciosamente, sonhando um sonho impossível...
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À procura de Lucas (Flávio Cruz)
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