Besta
ressuscitada
Anos antes da Segunda Guerra
Mundial, a Alemanha passava por uma crise insustentável. Problemas econômicos
sérios, além de outros, afetavam profundamente seu povo. Em meio a esse
horrível ambiente histórico, apareceu um líder. Ele conseguiu somar toda a
frustração, todo o medo do futuro, toda a dor do seu povo e canalizá-los para
um ultranacionalismo, um ódio ilimitado contra estrangeiros, no caso, os
judeus. Virou o salvador, o guia, que deveria ser seguido e reverenciado como
um ser superior, um quase deus. Sempre há as pessoas de bom senso e racionais
que conseguem enxergar mais do que aquilo que está à sua frente, mas eles,
depois de alguma resistência, foram voto vencido. E surgiu Hitler: um ditador
com uma incrível necessidade de culto à própria personalidade.
E aconteceu a grande guerra. Pode
um povo inteiro errar, ser enganado? Pode. Aconteceu mais de uma vez. Todos
conhecem os resultados.
Donald Trump está fazendo agora exatamente
a mesma coisa. Está canalizando a frustração de uma camada da população para
energizar sua campanha à presidência dos Estados Unidos. Usa o medo de perder o
emprego para imigrantes, o medo de ser atacado por terroristas, com outros
tantos medos, para seu propósito. Mistura religião, raça e extremismo num
discurso em prol de um nacionalismo americano, que mal esconde sua
característica racista. E, talvez, o elemento mais importante para se fazer um
falso líder: culto à personalidade.
É tudo tão óbvio, tão igual. O que impressiona é que uma grande parte do
eleitorado não percebe. Desta vez, o que acontecer, não vai se restringir
somente à Europa. Vai ser uma catástrofe mundial.
Que Deus tenha misericórdia de nós
e nos livre de tal monstro.
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