Wednesday, December 19, 2012

O Resgate


O Resgate

A missão era clara e objetiva: alcançar o planeta devastado, fazer um levantamento da destruição, juntar dados e possivelmente amostras e voltar. A partir daí, seria feito um plano. Se houvesse sobreviventes, quem sabe até ajudar na reconstrução da civilização, fornecer tecnologia...
As sete naves haviam chegado há uma semana com um pequeno intervalo entre uma e outra. Espalharam-se pelas diferentes regiões, fazendo buscas e avaliação. As coisas não pareciam boas. Obviamente havia sido um conflito nuclear de proporções davastadoras. Havia radiação fortíssima por toda a parte.
Os sinais de problemas com o distante planeta tinham começado há 15 anos. Logo foi possível verificar que as condições estavam se deteriorando a passos rápidos, fora de controle. Em dois meses as transmissões pararam de chegar. Através de uma nave não tripulada, que estava há alguns meses luz dali, foi possível orbitar o planeta. Se havia sobreviventes, não era possível verificar sem descer. Por motivos técnicos essa espaçonave não poderia exercer a tarefa. Por isso, só 4 anos depois foi possível a chegada da “frota dos sete”. 

A destruição era muito maior do que se havia pensado.  Não havia sinal de vida, pelo menos inteligente. Certamente algumas formas microscópicas tinham resistido. Os astronautas do projeto eram experientes, tinham já passado por experiências como essa. Ali, entretanto , estava algo com que nunca tinham se deparado antes. O nível de desolação era inimaginável. Não se sabe quem era o agressor e quem era o agredido, todos foram “varridos” completamente do mapa. O que se passava na mente dos membros da equipe de resgate era muito semelhante. Como uma civilização naquele estado de progresso tecnológico e científico tinha se envolvido num conflito quase infantil?  O nível de tecnologia era óbvio. Duas enormes estações orbitais, que ainda resistiam, eram prova disso. O pouco que restara indicava claramente que não só eles haviam alcançado o que poderia ser considerado “nível elevado” de avanço, mas também que estavam entrando na fase em que poderiam se beneficiar de aspectos práticos da física quântica. O comandante da missão havia estudado esse tipo de civilização. Ao mesmo tempo em que a teconologia e a ciência avançam, crenças e líderes maníacos entram em conflito com essa evolução. É um momento delicado de toda espécie: quase entrando naquela fase em que as crenças “primitivas”e ideologias malucas ficam obviamente deslocadas diante da grandeza da ciência e ao mesmo tempo tentam sobreviver, lançando mão, porém, de recursos extremos. Eles sabem que sua “visão do mundo” está ameaçada e fazem tentativas desesperadas de deter o conhecimento. Muitas civilizações conseguem passar essa fase, outras entram num processo absurdo de aniquilação.
Depois de duas semanas, a primeira nave estava se preparando para voltar. Levava amostras de vida microbiológica e fragmentos de seres inteligentes para um estudo profundo de DNA e, quem sabe, uma tentativa de “recriação da espécie” local.
A frota que tentava o resgate era do planeta Raddar, situado na constelação de Centauro e o que estava destruído era a antes maravilhosa e exuberante Terra. A civilização terrestre conseguira sobreviver, com suas glórias e seus pecados, com suas conquistas e seus fracassos, com sua obsessão e arrogância, até o ano 2093. Infelizmente não conseguiu virar a página do novo século.

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