Bola
murcha
O jogo acabou. Falhou
a cobrança, falhou o chute, tudo falhou. Do goleiro ao centroavante. A voz do
povo calou e, na alma dos torcedores, um galo enorme também ficou. A explicação
não explica nada, a técnica e a tática são inúteis diante do destino, e não
adianta querer explicar. O fato é que a bola murchou.
Sofre quem gosta de
futebol, sofre quem não liga para futebol, todo mundo sofre. Uns xingam, outros
amaldiçoam, alguns se escondem nos cantos.
Derrotados,
humilhados, desconsolados.
Na prática, porém,
nada muda. A não ser que você seja um jogador, o técnico, alguém ligado
profissionalmente ao “negócio”, nada vai mudar. É só continuar vivendo a vida
como se nada tivesse acontecido. Garantido, nada vai mudar, tudo voltará ao
normal, pelo menos pessoalmente.
Mesmo assim, ainda
está doendo? Eu sei, eu sei...
Meu amigo Nino
Belvicino bem que tinha avisado: nunca faça do futebol a base de sua vida.
Sábio pensamento, esse do meu amigo! Ou então, você pode ficar com o Nelson
Rodrigues que dizia: “a bola é um reles,
um ridículo detalhe” : o que interessa é “o ser humano por trás da bola”.
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À procura de Lucas (Flávio Cruz)
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