Saudades
dos trens
É
impossível não sentir algo grandioso e gostoso ao se olhar para uma estrada de
ferro. Quantas vezes não olhei para os trilhos se perdendo na distância e
deixei minha imaginação voar? E dentro do trem, então? Ficar olhando aquela
máquina comer a distância... A paisagem
de perto sumindo como um raio, e a de longe, parada, servindo como referência.
Poder andar pelo vagão, esticar as pernas, conversar.
O
que aconteceu, entretanto? Conforme o progresso foi chegando, a maior parte dos
administradores foi se livrando delas. Tornaram-se inviáveis. Nós
sempre demos um jeito em tanta coisa que não tinha jeito, por que não nesse
caso? Deveríamos ter deixado os trilhos e as estações onde estavam. Que o
progresso se forme em volta delas. Que ele se adapte aos trilhos, a seu estilo
e à sua forma de ser. Não fizeram isso em outras partes do mundo? E no passado, não foi assim que se
criaram as cidades? Os grupos populacionais não se formaram ao longo delas?
Talvez
eu seja um péssimo administrador e tudo isso não tivesse sido possível. Mas não
é proibido do sonhar...
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Novo lançamento no Clube dos Autores: Essa vida da
gente
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