Desafiando a Lei das Probabilidades ou
a teoria da vaca quântica
Dizem que a
Estatística e a Probabilidade pertencem ao campo da ciência. Tudo calculadinho,
existem até termos sofisticados, como “probabilidade aleatória”,
“epistemológica” ou “Bayesiana”. Coisa
séria, com comprometimento definido e definitivo com a Matemática.
O começo desse
século 21 está tentando, de todas as formas, provar o contrário. Estamos diante
de um sério atentado contra essa relativamente nova ciência. Vamos por partes.
Comecemos pelo Hemisfério Norte, onde, teoricamente, a estatística deveria
funcionar melhor. Desculpem a falta de método científico na minha dissertação.
Provavelmente essa história de Norte é um tremendo de um “chute”. Mas fatos são
fatos e vamos a eles.
O pai George
Bush, presidente dos Estados Unidos, não foi dos mais brilhantes. Prova disso é
que não foi reeleito. E não é que seu filho, do mesmo nome, conseguiu se eleger?
Pai e filho serem eleitos presidentes da
mesma nação do mundo já é, por si só, um atentado à estatística. Haveria um
atenuante se ele tivesse sido um “Kennedy”, o que seria certamente um grande apelo para repetição pai-filho. Outra
atenuante contra essa quebra de probabilidade foi o fato de que a suprema Corte
da Flórida deu uma “mãozinha” ou um “empurrãozinho” para que tal ocorresse. Não
vá me dizer que você pensou que era só
no nosso país! Ainda assim não foi a coisa mais absurda do mundo. Houve no
passado dois “Roosevelt” também. Claro, eles eram apenas parentes distantes.
Pelo menos pelo que eu sei. Temos de dar um desconto, pois naquela época as
leis da probabilidade não eram tão sérias assim. Mas vamos deixar de lado, por
enquanto, a família Bush, não antes de comentar que o irmão do George Bush era
governador da Flórida na época em que a Suprema Corte deu a vitória a seu irmão. Obviamente isso
foi uma mera coincidência.
Depois aconteceu o maior atentado terrorista de
todos os tempos em solo americano. A série de coisas improváveis que
aconteceram naquele dia vão muito além do bom senso. Como eles conseguiram
entrar nos aviões com todos os antecedentes que tinham? Como eles, com tão
pouco treino, conseguiram acertar as duas torres? Tudo isso, com certo esforço,
dá para explicar.
Tente, agora,
calcular, antes de os fatos acontecerem, as probabilidades estatísticas dos
eventos históricos que se sucederam. Diante do rancor que todos americanos tinham contra o
autor intelectual dos atentados e sua religião, quais seriam as chances
matemáticas de se eleger um presidente cujo sobrenome tinha apenas uma letra
diferente do nome do terrorista?
Acrescente a isso o fato de que o nome do meio de Obama é Hussein, mesmo
sobrenome do Sadam lá do Iraque. Seria mais fácil qualquer pessoa normal acertar
na Loto com a aposta mínima do que isso acontecer. Nem vou falar do fato de que
o presidente é da raça negra, num país onde o problema do racismo ainda é coisa
séria. E ele foi o único e primeiro. Eu acho que o Thomas Bayes, aquele do
teorema das probabilidades, deve ter dado uma mexidinha no túmulo. Não há estatística que aguente.
Provavelmente, não.
E só para provocar o Bayes, o Obama foi
reeleito. Voltando agora ao Bush II. Dizem por aí que o seu irmão, Jeb Bush,
pode ser candidato a presidente nas próximas eleições. Isso, depois que o
segundo Bush colocou o país e o mundo na pior crise da História Moderna,
invadiu um país, o Iraque, baseado em informação falsa. Dois “Bush” colocaram o
país numa fria e agora um terceiro Bush? Será? Pobre Bayes!
Não fique
pensando que só os Americanos estão conspirando contra a Lei das
Probabilidades. Nós, do Hemisfério Sul, temos uma importante contribuição. Não
vou falar da Argentina porque vão dizer que é “marcação”. Primeiro vou fazer as
perguntas, fica mais fácil para o raciocínio. Quais são as chances matemáticas
de um avião comercial descer de barriga no meio do mato? Não são muitas, mas
existem. Uma em algumas dezenas de milhares? E de dois pousos de barriga
acontecerem no mesmo dia? Ficou complicado. Está muito perto do impossível. E
de dois pousos de barriga acontecerem com dois aviões da mesma companhia, no
mesmo dia? Uma em um zilhão? Pois é
aconteceu conosco, por falar nisso, no mesmo estado. Um em Viracopos, outro em
Birigui. Ainda bem que só o avião de Birigui atropelou uma vaca. Ia ser muito
estranho uma segunda vaca pastando no aeroporto de Viracopos e sendo atropelada,
mas nunca se sabe. Porque, nesse caso, seriam dois aviões, da mesma companhia,
no mesmo dia, aterrisando de barriga e os dois matando uma vaca no processo. A
atenuante é que era uma sexta-feira e, segundo os entendidos, isso seria
explicável. Estava esquecendo, foi no mês de agosto de 2002, e agosto, você
sabe...
Eu sei que o
Obama é mais importante. Mas, convenhamos, em termos estritamente matemáticos,
nosso caso é muito mais forte... Só faltou uma vaquinha para batermos algum record
fantástico. Definitivamente chegaríamos à conclusão de que estamos num outro
mundo, paralelo, com diferentes leis de Estatística. Talvez até números
diferentes. E a nossa hipotética vaquinha de Viracopos seria, nesse caso, uma
vaca quântica. Que tal vacântica? Claro,
nem estou levando em conta a possibilidade de o terceiro Bush ser eleito. Nesse
caso, o tal de Bayes ia morrer de novo, o que garanto, é estatisticamente
impossível. E, claro, como sempre, os americanos iriam ganhar da gente.
ooooooOOO0OOOooooo
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