Pessoas
passando, pensativas, apressadas, pelas calçadas da cidade. Precisam pensar nas
responsabilidades do dia, nas possibilidades da noite. Outros, autômatos, dirigem
seus carros ou são dirigidos por eles. Pensam também no impossível que têm de
fazer. Outros voltam da noite escura, da noite de insônia, do trabalho noturno.
Encontram-se nas ruas, mas não se veem. Os trabalhadores da noite e os do dia
pensam no futuro que sabem que não podem ter. Sonham sonhos que não se
realizam. São só aspirações vivas, desejos que não se saciam, são o vazio.
Muitos estão em ônibus e trens. Nem sequer podem se preocupar com o dia que
está começando. Tem que pensar em caber, descer, chegar. Cada minuto conta,
cada minuto parado é um perigo para o dia que mal começou.
Finalmente
existem aqueles que não têm nada com que se preocupar. Ou porque já têm de
tudo, ou porque nada têm. Os que não têm nada, não se preocupam por isso mesmo,
porque não têm nada para perder. Não precisam pensar nem na parte da tarde.
Tudo que precisam fazer é garantir o pão da manhã. Na falta desse, tentam
garantir a aguardente que os faz esquecer do alimento que não vão ter.
Mas a
maioria mesmo, vai passando, insensível, pelas calçadas da vida, sem saber o
que se passa em suas almas vazias, sem sentido, sem senso...
o0o0o0o0o0o0o0o0o0o0o0o0o
Estranhas Histórias
Para adquirir este livro no Brasil
Para adquirir este livro nos Estados Unidos
No comments:
Post a Comment