Estou
distraído, vendo televisão, e percebo que há uma propagando bonita, quase artística,
passando. Um casal anda, melhor dizendo, flutua, sobre a relva. Depois um beija
o outro, dão-se as mãos e continuam “pairando” sobre o gramado. A seguir, vejo
que se trata de uma espécie de Viagra. Tudo bem, o laboratório precisa anunciar
seu produto. O locutor enumera, com uma voz convincente, eloquente, as
maravilhas do novo “remédio”. Depois de alguns segundos, uma outra voz, muito
mais baixa, suave, delicada, continua a falar. É tão doce que você nem se
interessa pelo conteúdo, pois já é uma delícia só ouvir aquele sussurro. No
entanto, se você prestar atenção, vai ver que o que ela está fazendo é cumprir
a lei. Isso mesmo, aquela que manda, junto com o anúncio do produto, também enumerar
dele, todos os efeitos colaterais, possíveis e imaginários. Desta forma, se
você prestar atenção para aquela voz de anjo, ela vai estar falando que o
milagroso medicamento pode também, em alguns casos, causar morte, ataques
cardíacos, problemas renais graves e uma série de outros malefícios. Mas a voz
é tão suave...nem dá para imaginar! A propaganda é alma do negócio!
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Versão impressa e em forma de e-book
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