Tuesday, January 28, 2014

Anoitecer: pena de nós

Anoitecer: pena de nós



Quando anoitece, nossas almas começam a se recolher. Refletem sobre o dia que passou, sobre a noite que vem. Cansadas da labuta, esperam o descanso. Temem, porém, os pesadelos que podem vir. Temem as sombras. Esperança misturada com receio, um pequeno paradoxo.
É o ciclo da existência, esse ir e vir, essa eterna disputa entre a necessidade da luta e a ansiedade pela paz. A alma guerreira querendo descansar. O soldado com medo de baixar a guarda na solitude e na escuridão da noite.
A transição é lenta. Conforme as luzes vão se esvaindo, porém, o espírito vai se aquietando. É hora de se acomodar, de meditar. Sombras e luz, paz e guerra, trabalho e descanso, eternas dicotomias do homem.

Mas, na verdade, mesmo, desconfio que o anoitecer é simplesmente quando  sentimos pena de nós mesmos...

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