Anoitecer:
pena de nós
Quando
anoitece, nossas almas começam a se recolher. Refletem sobre o dia que passou, sobre
a noite que vem. Cansadas da labuta, esperam o descanso. Temem, porém, os
pesadelos que podem vir. Temem as sombras. Esperança misturada com receio, um
pequeno paradoxo.
É
o ciclo da existência, esse ir e vir, essa eterna disputa entre a necessidade
da luta e a ansiedade pela paz. A alma guerreira querendo descansar. O soldado
com medo de baixar a guarda na solitude e na escuridão da noite.
A
transição é lenta. Conforme as luzes vão se esvaindo, porém, o espírito vai se
aquietando. É hora de se acomodar, de meditar. Sombras e luz, paz e guerra,
trabalho e descanso, eternas dicotomias do homem.
Mas,
na verdade, mesmo, desconfio que o anoitecer é simplesmente quando sentimos
pena de nós mesmos...
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