Os bebês da talidomita
O caso do medicamento “talidomita”
foi um dos mais tristes e, certamente, o mais catastrófico da história
farmacêutica mundial. Foi lançado pela Alemanha em 1950. Entre outras finalidades,
uma era combater o enjoo matinal de mulheres grávidas. Naquela época, ainda não
se faziam testes exaustivos como hoje, antes de se aprovar um remédio. Ele
tinha sido testado em ratos e tudo estava bem. O remédio foi homologado e usado
em 46 países, inclusive o Brasil. Alguns anos mais tarde começaram a aparecer
as primeiras consequências: bebês com deformações graves. Mais de 10.000 casos de
defeitos congênitos foram relacionados com o uso da talidomita em 1962.
Frances Oldham Kelsey,
canadense de nascimento, mas trabalhando na FDA ( Food and Drug
Administration-USA), recusou-se a aprovar, na época, a liberação do medicamento,
achando que mais testes deveriam ser feitos. Tomou uma atitude diferente de
todo o mundo. Evitou milhares e milhares de tragédias nos Estados Unidos,
apenas fazendo com propriedade o que tinha de fazer. Pessoa de respeito e de
valor. Poucas pessoas conhecem heroínas desse tipo. Foi condecorada por John F
Kennedy em 1962. Seria excelente se tivéssemos pessoas como ela em todos os
países.
O Brasil foi bastante
afetado pela droga e demorou um pouco para proibir o remédio. Nós tivemos uma
pessoa como ela em tempos passados: o nosso querido Osvaldo Cruz. São pessoas
de visão. Pena que eles não possam estar em todo lugar, em todas as épocas.
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