O
casamento está chegando, é preciso preparar a festa. E para fazer isto é
necessária uma lista de convidados. Os noivos, felizes, se reúnem para tal.
Cada
um com seus nomes, suas anotações. Primeiro, os convidados óbvios, parentes
diretos, família próxima. São uns quinze, deduzidos aqueles que não vêm porque
moram muito longe, porque têm algum desafeto ou porque simplesmente morreram.
Daí começam os opcionais. Esta palavra não é apropriada, pois para cada um, a
sua lista é obrigatória. A noiva fala de suas três grandes amigas,
inseparáveis, fiéis desde a infância: a Renata, a Lizete e a Georgina. O noivo
imediatamente veta a Lizete e põe restrições às outras duas. A Lizete? Aquela
cobra que falou mal de mim e disse que você estava bem melhor com seu
ex-namorado? Que eu não era homem suficiente para você? Aquela falsa que ficou
tentando fazer você voltar com aquele idiota? As três ficaram em suspenso para não
dar briga, depois voltariam ao assunto.
Chegou
a vez do noivo. Seus dois melhores amigos, amigos de verdade, precisariam vir:
o Ronaldo e o Zico. O Zico, tudo bem, mas o Ronaldo? Só se ele vier sem a
namorada e sem a mãe, aquelas duas fofoqueiras. Falaram no restaurante que você
poderia ter escolhido melhor. Fingiram que não viram que minha amiga estava na mesa ao lado e falaram
de propósito. Na maior cara de pau, dando um recado desses para mim. O Ronaldo
também não era grande coisa, onde se viu homem deixando a mãe se meter assim na
vida dele? Conclusão, o Ronaldo ficou em suspenso e o Zico, por associação,
também.
E a
coisa foi piorando. Aquela fulana tinha namorado o irmão do noivo, ia ficar
esquisito. Aquele fulano tinha paquerado a noiva por mais de um ano, quer coisa
mais estranha estar ali na festa? Depois de uns 80 nomes, apenas 5 ou 6 haviam
sido aprovados.
Chegou
uma hora que não deu mais. Houve uma discussão, falaram-se coisas que não se deviam
falar. Cancelaram a festa, cancelaram o noivado, ficaram um mês sem se falar.
Depois,
aos poucos foram voltando. Começaram a morar juntos e acharam que era melhor
assim, sem se casar. Havia um monte de vantagens... Até posso fazer uma lista de
todas as coisas que se ganham em não se formalizar um matrimônio. Lista? Não,
lista não, pelo amor de Deus...Lançamento no Clube de Autores: Insólito
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